O Campo Pequeno encheu-se na passada 6ª feira para receber os DAMA, concerto ansiosamente aguardado pelos fãs que os acompanham desde o seu aparecimento. Após o lançamento do 3.º álbum de originais em Novembro de 2017, já Disco de Ouro, impunha-se a apresentação do novo trabalho.
Deparamo-nos com um palco no centro da arena, onde a ideia é proporcionar um concerto o mais interativo possível.
Os fãs enchem o Campo Pequeno e é visível a euforia e a paixão pela energia que estes 3 rapazes que ainda há tão pouco tempo eram simplesmente 3 amigos que gostavam de música e que sonhavam em esgotar salas como esta. É com o countdown no topo do palco, seguido de gritos ensurdecedores que a banda entra em palco com o groove de “Tempo para quê”, seguido de “Sinto”, tema composto no âmbito do projeto solidário “Passa a outro e não ao mesmo” da Rádio Comercial.
A banda segue esta viagem com os já tão familiares “Às vezes” e “Agora é tarde”. E quase sem dar por isso embarcamos no novo tema “O que lá vai”, que já é cantado pelo público como uma música de sempre. “O que lá vai” foi o mais recente single do novo álbum “Lado a lado”. E é ao lado de uma plateia imensa que a banda traz a balada “Miúdas como tu”.
Os acordes da doce “Luisa” soam e de imediato o entoar das vozes do público, sendo incrível como a ideia de inserir os fãs neste espetáculo funciona na perfeição. O novíssimo “Volta e meia” virou tudo do avesso com o tom apaixonado e melódico que não deixou ninguém indiferente.
Chega o momento de receber uma convidada muito especial, Mia Rose. Ao juntar-se a Miguel Cristovinho interpretam “Trem bala” de Ana Vilela, que nitidamente retrata o momento único que os dois músicos vivem aguardando a chegada do primeiro filho. Presenteam-nos então com “Susurro”, tema comum do álbum “Tudo pra dar” de Mia Rose e de “Lado a lado” dos D.A.M.A..
De volta ao registo da banda, surge “Deixa-me ir”, com Miguel Coimbra ao piano, Kasha e Cristovinho sentados em sintonia plena.
Tempo de contar uma história de alguém que já partiu através de “Tudo sobre nós”. Mais uma vez é visível a forma como cada acorde toca quem se identifica com cada verso.
“Não dá” seguido de “Não comeces”, contam-nos mais histórias, as quais os D.A.M.A., já nos habituaram, e continuam a fazê-la de uma forma tão incrível.
Entra em cena o ritmo de “Nasty” do novo álbum, e é esse o sentimento que cresce na arena não deixando ninguém indiferente. Este pop-rap veio trazer um toque melodioso mas ao mesmo tempo sexy, e com a bateria em destaque na intro de “Pensa bem”, já nosso conhecido, dá mote para a subida em palco de ProfJam que participou na gravação em estúdio deste tema.
E para fechar o main set “Não faço questão” que conta com Gabriel, o Pensador na versão original. Mas os D.A.M.A. não o deixam passar por despercebido nesta atuação, surgindo imagens do videoclip com o conhecido artista brasileiro. A boa energia passa a toda a gente que não se podia sentir mais próxima do bom feeling que a banda transmite. Esta sai de palco por alguns instantes deixando o público a querer mais. Mas ainda era tempo para o Encore que começa com “Era eu”, 1º single do 3º álbum, e termina com “Balada do desajeitado”, originalmente êxito dos Quadrilha, que tanto fez sonhar os casais de namorados dos anos 80 e 90. Balada recriada pelos D.A.M.A. em 2014, e com a qual se apresentaram ao grande público, provando mais uma vez o poder que a música transporta ligando gerações.
Sem que nos apercebamos chega ao fim este jantar de família, assim referido pelos protagonistas desta noite que não podiam ter encontrado melhor forma de juntar família, amigos e fãs, tornando o ambiente que se viveu o mais acolhedor possível.
Já donos de um respeitado lugar na música portuguesa não desiludem com cada trabalho de originais, nem com cada espetáculo ao vivo, onde pisam o palco com a força da primeira vez.
Foi com muitos temas novos mas também com tão esperados êxitos da banda que o alinhamento desta noite foi recheado, trazendo até nós também um pouco dos concertos acústicos que os D.A.M.A. fazem questão de apresentar nos últimos anos.
Muitas das vezes abafados pelas vozes do público, é notória a evolução e o crescimento desta banda, não deixando dúvidas que vieram para ficar. São a prova de que às vezes é preciso ter cuidado com o que se deseja, pois pode mesmo tornar-se realidade.
Texto e fotos: Anabela Santos