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Reportagem | Noite 100% Lusitana com os Resistência nas Festas do Mar

A noite quente de 19 de Agosto de 2013 viu uma pequena multidão encher o cenário pitoresco da baía de Cascais para mais uma noite das já aclamadas Festas do Mar. Entre o paredão, as barraquinhas de comida, a praia e a frente de palco, um mar de gente convergiu para o centro da vila piscatória para ouvir um dos projetos que mais marcou a música portuguesa no início dos anos 90.

O coletivo composto por elementos de algumas das mais influentes bandas Portuguesas da altura, comandados por Pedro Aires de Magalhães, Tim e Fernando Cunha, subiu ao palco e introduziu o concerto com um instrumental marcado pela sonoridade que os caracteriza: as guitarras acústicas. As harmonias criadas podiam fazer-nos pensar por instantes que nos encontrávamos perante um espetáculo eclético para elites, no entanto é esta fusão entre o aclamado pela crítica e o sucesso popular que torna os Resistência um caso raro no panorama musical Português. Miguel Ângelo e Olavo Bilac entraram então em palco e com as suas vozes características entoaram “Nasce Selvagem” acompanhados pelo público. Assim, ao fim de apenas dois temas, o mote estava lançado para o que viria a acontecer nas 2 horas seguintes: uma comunhão perfeita entre músicos e público.

Entre êxitos, músicas de intervenção e instrumentais mais ou menos elaborados, as palavras ganhavam sentido quer na forma como os interpretes as entoavam, quer na emoção com que a audiência as ecoava. De facto, os valores Humanistas centrados na Liberdade individual são a temática comum aos vários temas que compõem o reportório do grupo e, tal como eles próprios o referiram, se fizeram sentido em 1991, mais de 20 anos depois as circunstâncias sociais tornam-nas mais atuais do que nunca. Do ritmo contagiante do original “Timor” ao dramatismo de “Perigo” dos Trovante, do intervencionismo de “Chamaram-me Cigano” de José Afonso com direito a danças académicas ou “Voz Amália de Nós” de António Variações, o público foi brindado com os temas mais marcantes do grupo.

Para a sequência final foram deixados alguns dos temas mais aguardados como “Amanhã” dos Rádio Macau, “A Noite” dos Sitiados, “Aquele Inverno” e “Um Lugar ao Sol” dos Delfins, “Circo de Feras” e “Não Sou o Único” dos Xutos e Pontapés. Para o encore exigido pela multidão foi deixado o bis de “Nasce Selvagem”, que antecedeu um fogo-de-artifício que iluminou a noite em que música, mensagem e festa se juntaram num dos cenários mais característicos de Portugal. Sem dúvida uma noite 100% Lusitana com todos os ingredientes para trazer sorrisos a todos os que a recordarem.

Reportagem por: Pedro Pico


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