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Reportagem | Plaza apresentaram ‘All Together’

Dez anos depois do lançamento do seu disco de estreia, os Plaza brindaram Lisboa com uma noite de Pop, electrónica e dança! All Together é o nome do álbum, e foi também como esteve o palco do acolhedor Teatro Taborda, com vista para as restantes seis colinas da capital.

Quem já assistiu a concertos anteriores dos Plaza, sabe que os músicos, rodados de outras andanças (Turbo Junkies, Comité Caviar, Amália Hoje, entre outros…), não deixam um espectáculo por mãos alheias. Seja na qualidade visual do concerto, na presença icónica em palco ou na interpretação das músicas Pop, o concerto é o que se pede: uma festa!

A entrada feita elemento a elemento da banda com uma projecção em jeito de programa de computador que vai carregando lentamente, cria a tensão necessária para que a energética Perfect Chainer, música de entrada, ganhe ainda mais impacto. Simão Praça (vocalista) não perde tempo a ganhar ritmo e o acomodado publico começa ondular o corpo ainda preso às cadeiras.

Começa então a apresentação do álbum propriamente dita: All Together é simultâneamente a música que dá título ao disco e a primeira faixa do mesmo. O ritmo contagia a plateia onde as primeiras ancas deixam os assentos para trás. Está feita a ponte rítmica com Easy Date, a única música do primeiro álbum a figurar na primeira parte do concerto.
Real Love traz de novo o álbum em apresentação à sala, fazendo o prelúdio do prematuro (como Paulo Praça o classificou aquando da apresentação) single High On Stereo! Não foi preciso um grande esforço do vocalista para que todo o teatro dançasse ao som do single, enquanto o vídeo passava na tela atrás da banda, devidamente sincronizada com os músicos, sem que se duvidasse que a música fosse realmente tocada ao vivo.
Gastas as primeiras calorias é tempo de Electronic Sunset devolver algum ar aos pulmões e alguns glúteos aos desocupados assentos do Taborda. O tema e a luz da sala trazem consigo a melancolia das fotografias de uma memoria que tem tanto de sôfrega como de melosa.

A alegria é devolvida à sala com Let’s Burn Together contagiando em palmas sincronizadas e sorrisos descontraídos. Uma música em crescendo que prepara a maré para a lufada de Punk fresco das convidadas da noite: As Anarchicks! Não para uma mas para duas músicas! Emprestando a guitarra, a bateria e as vozes da banda feminina, chega-nos White Light/White Heat, um original dos Velvet Underground, aqui numa versão mais glam, mais viva e bem mais consistente. Já com a plateia novamente ofegante, tanto com o tema como com a presença das Chicks em palco, a banda arranca para o tema que, no álbum conta com a presença das vozes desafiantes das Anarchicks. “Precisávamos de umas vozes femininas no tema, mas

tinha de ser com garra e meio punk!” Justificou assim Simão a escolha na introdução do tema. Efeito conseguido tanto em estúdio como ao vivo em mais um tema incendiário tanto no palco como na plateia, em que só a muito custo meia dúzia se manteve religiosamente amarrado à cadeira. Não fosse mais uma confissão de Simão Praça dizendo que era a primeira vez que as Anarchicks e os Plaza se conheciam pessoalmente, e a química gerada provaria o contrário. Ovação à actuação e finda a primeira parte com a saída das Chicks de palco, regressa-se ao passado fictício de 1984, mas verdadeiro do primeiro álbum com o tema July The 1st 1984.

Não se esperava por isso um abrandamento de ritmo e o convite é estendido ao publico a ocupar no palco

o lugar deixado livre pelas Anarchicks. E há resposta, dançando em conjunto com os músicos, alguns dos

elementos mais destemidos da assistência. Findo o tema foram-se seguindo agradecimentos, tanto de álbum como de produção, e Flow trouxe de novo algum fôlego e espaço para respirar. Não por muito tempo no entanto, pois se os primeiros três quartos da música reproduzem a versão em estúdio, o final descaracterizado volta a pedir que se deixa agora descansar as cadeiras. Mote para In Fiction começar a rodar e a letra ser cantada tanto pela banda nortenha como pela audiência! Só Quick On The Fall interrompeu o canto do público pelo desconhecimento ainda da letra, mas quem sabe dançar não pára e quem não sabe também não! E o coro à banda voltou assim que soaram as primeiras notas e batida de (Out) On The Radio, assim como o público ao palco, agora já em maior número!

A festa continuou com o álbum de estreia ao som de Everything’s Gotta Be as a Love Song e On a

Magazine, deixando a plateia em apoteose e num aplauso sincero enquanto a banda saía de palco. E se em alguns casos se pode acusar os encore de serem um pouco forçados, o público fez questão de pedir “Mais uma!” praticamente em uníssono até a banda regressar ao palco. Agradecimentos, roupa nova e um pedido de desculpas por não estar presente o segundo convidado (The Legendary Tiger Man não pode comparecer por questões de agenda no estrangeiro, justificou Simão Praça), abriram o encore. Modern World foi a música que se seguiu em ambiente mais intimista. Chegada a vez do último tema, High On Stereo repetiu-se a bem da dança, da boa disposição, dos coros do público e das invasões de palco! Ficou a promessa de voltar da banda, pontuado com um “É bom estar de volta” e devolvido em aplausos.

Os Plaza prometeram uma apresentação do disco, mas mesmo em ambiente intimista, trouxeram e Lisboa um espectáculo que parece já bastante rodado. Auguram-se bons espectáculos e salas maiores farão ainda mais jus à presença em palco desta banda nortenha. No entanto, salas maiores raramente têm a vista sobre as restantes colinas de Lisboa como a esplanada do Teatro Taborda, que serve de chocolate no final da refeição, seja o chocolate uma cerveja ou a refeição uma peça de teatro ou um concerto!

Os Plaza estão de volta e recomendam-se!

Texto: José da Gama
Fotos: Luís Gama
Reportagem 15 de Fevereiro 

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