Home   /   Sem categoria  /   Reportagem | Porto acolheu “Canto” de Carminho (c/ fotogaleria)
Reportagem | Porto acolheu “Canto” de Carminho (c/ fotogaleria)

Foi numa noite chuvosa e fria na cidade do Porto que Carminho regressou, ontem, ao Coliseu, para apresentar o seu mais recente trabalho, “Canto”, editado a 3 de Novembro.
As luzes baixas, a cortina abre-se lentamente. Ao contrário do que é habitual, Carminho estava já no centro do palco, os músicos a postos nos seus lugares começam a dedilhar os primeiros acordes do tema de abertura, “A Ponte”. E logo começa-se a “edificar” a ligação entre as duas margens, o palco e a plateia, permitindo passar para o single de estreia “Saia Rodada”.

“Boa noite, Porto!” foi assim que Carminho deu as boas-vindas e agradeceu a todos por estarem presentes “nesta sala tão bonita e com gente que sabe ouvir”. Realçou ainda que “o fado não prende, ele liberta. Ele liberta-me!”. E é com esta certeza que nos convida a conhecer este novo trabalho, que contou com várias parcerias nacionais e internacionais, do meio do fado e fora dele, que contribuíram para esta libertação enquanto intérprete.
Depois do tema “Porquê”, segue-se “Folha”, tema escrito pela fadista e que faz parte do repertório do disco anterior “Alma”, editado em 2012.
Carminho confessa que através das viagens que faz por todo o mundo, porque “o fado é uma música que muita gente quer ouvir”, tem conhecido pessoas, algumas das quais colegas de profissão que admira e além de conhecer mais sobre elas, acaba por conhecer mais sobre si própria.
O tema que se seguiu é o resultado de um desses encontros, neste caso com Marisa Monte – “Chuva no Mar” (cantado em dueto no álbum).
Seguiram-se “Andorinha”(Carminho), “Pedras Da Minha Rua”( Eduardo Damas e Manuel Paião), “Sol, Eu e Tu”(Caetano Veloso, César Mendes e Tom Veloso) e “Meu Amor Marinheiro” (António Campos e Joaquim Pimentel).

É com fortes aplausos que Carminho sai do palco para dar lugar ao momento seguinte protagonizado pelos cinco talentosos músicos, o instrumental. Mas é também com eles (aplausos) que a fadista regressa ao palco para interpretar “História Linda (De Carlos Paião)” e o segundo tema da sua autoria, “Contra a Maré”. Apesar de se sentir intérprete e de encontrar nas palavras e melodias dos outros aquilo que sente e que quer dizer, Carminho dá-nos a oportunidade de conhecer um outro lado e revela um pouco da sua “veia poética”. Já tinha acontecido nos álbuns anteriores e neste não só não foi excepção como assina, pela primeira vez, letra e música (“Andorinha” e “Contra a Maré”).
Carminho refere a participação e empenho de todos os intervenientes neste disco, contudo destaca um trabalho muito grande do seu produtor, Diogo Clemente, que para além de acompanhar em palco também é o autor de alguns temas deste álbum, assim como nos discos anteriores. Surge um desses exemplos, com a canção “Vou-te Contar”. Depois ouviu-se “Disse-te Adeus” (Manuela de Freitas e Raul Pinto) e “Bom dia, Amor” (Diogo Clemente) “dedicada ao amor que só dá”. Amor esse, que a fadista afirmou como sendo “útil, porque alimenta os nossos corações e faz sobreviver as pessoas”.

“Na próxima, não precisam de exagerar só porque ele é da cidade do Porto” brincou a fadista para apresentar mais um dos intervenientes do novo disco, Miguel Araújo, artista presente na plateia e letrista/compositor do tema “Ventura”, que conta no disco com a participação do célebre violoncelista Jacques Morelenbaum.
Perante uma plateia calorosa, antes de o espectáculo terminar, e depois de ter interpretado “Uma vida Noutra Vida”(Aldina Duarte e João do Carmo Noronha), “Destino”(Alberto Janes e Diogo Clemente) e “A Canção”(Martim Vicente), Carminho regressa ao palco acompanhada pelos músicos a pedido do primeiro encore da noite, brilhando com o fado “Escrevi teu Nome no Vento”, relembrando, mais uma vez, o seu disco de estreia “Fado” (2009). Por fim, as guitarras e a alegria contagiaram o público aquando “Saia Rodada” ecoou de novo no “Canto” da fadista, fazendo assim esquecer o frio e a chuva da noite portuense.

Músicos:
Luis Guerreiro – Guitarra Portuguesa
Diogo Clemente – Viola e Direcção Musical
José Marino de Freitas- Baixo
Ruben Alves – Teclado, acordeão e xilofone
André Silva – Percussões

Texto: Joana de Queiroz Constante
Fotos: Joana Maria Sousa Coelho
(facebook.com/pages/Darkroom-Senses)

            Fotos do concerto brevemente também publicadas em: facebook.com/madeinportugalmusica        

Siga-nos no Facebook e no Twitter.

Related Article