Na passada noite de 15 de Maio em Lisboa, o Lux Frágil acolheu a apresentação do terceiro álbum de originais da cantora portuguesa Rita Redshoes, “Life Is A Second Of Love”.
Na sala de ambiente intimista, o palco é fortemente marcado pelos dois R’s feitos de lâmpadas amarelas iluminadas, que identificam as iniciais do nome da cantora. Os músicos sobem ao palco seguidos de Rita, que vestida a preceito e em concordância com o espaço, com o seu elegante macacão preto e colete com longas fitas de lentejoulas vermelhas, se dirige ao público com um simpático “Boa noite! Estão bem dispostos?”. E aos primeiros acordes de “A Second Of Love” é impossível alguém não o ficar.
A música é energética e vibrante, e pede a excelência interpretativa que a cantora lhe confere. O ritmo marcado invade-lhe o corpo, da alma soltam-se emoções cruas que ecoam através da sua voz, contagiando a audiência.
Seguem-se os temas “Broken Bond”, que antecipa a descoberta do álbum, “No Matter What”, “You Should Go”, o melodicamente dançável “White Lies” e “Blood Deal”, cuja melodia e letra surgiram a Rita numa repentina (mas diga-se qualitativamente produtiva) inspiração.
Sendo este um trabalho gravado entre Portugal e o Brasil, com produção a cargo de Gui Amabis, músico e produtor oriundo de São Paulo, Rita fez questão de o ter com ela em palco para partilhar a ocasião. O artista convidado frisa desde logo: “Não conhecia o trabalho da Rita, mas quando recebi o seu convite e a ouvi pela primeira vez pensei: esta menina sabe cantar!”. A cumplicidade entre dois é notória nos temas “Curve Dance Dreams”, que integra o álbum, e “Crepúsculo”, um tema do repertório de Gui.
Já sem o convidado em palco, a noite prossegue com as canções “Witch” e “Women Snake”, esta personificada na perfeição por Rita, com gestos alusivos e movimentos ondulantes. E não podiam faltar os grandes sucessos da cantora, que põe a audiência a cantar em ussísono com “Choose Love” e “Captain of My Soul”.
Dá-se então o habitual encore, mas rapidamente os músicos regressam ao palco para tocar o êxito “The Beginning Song”. Antevendo o final do espetáculo, Rita confessa com grande entusiasmo: “Vou ser egoísta, mas gosto tanto desta que tenho que a tocar outra vez” e ouve-se novamente a música que abriu o concerto. “A Second Of Love” é desta vez cantada com maior entrega e nudez emocional, fazendo sobressair a paixão imensa que a artista tem pela música, bem como a sua sensibilidade e qualidade de intérprete. Segue-se a derradeira despedida, não sem antes apresentar os músicos e agradecer ao público, que encerra uma noite de ritmos eletrizantemente dançáveis (com um tanto de Mick Jagger) e de sonoridades contagiantes e emocionadas.
“Life Is A Second Of Love” é um álbum que materializa o regresso de Rita Redshoes às canções e que vem reafirmar o seu talento como compositora e intérprete, como singer-songwriter de excelência.
