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Reportagem | Rita Redshoes: A rapariga dos sapatos vermelhos em Sintra com concerto intimista
O Centro Cultural Olga Cadaval em Sintra recebeu na noite de 21 de Fevereiro de 2015 o espetáculo de promoção do disco “Life is a second of love” lançado em 2014 por Rita Red Shoes.
Rita Redshoes

Rita Redshoes

 

Os cerca de 300 lugares da sala estavam bem preenchidos e à hora marcada as luzes apagam-se e começam a ouvir-se os primeiros sons do tema “A second of Love” que abre o último registo de originais da cantora. Depois de alguns versos com o palco vazio, surge a pequena Rita a atravessar o palco por detrás do cenário, antes de assumir a posição central à frente deste. Altura para os músicos entrarem em palco e desfilarem os temas “No matter what”, o single de apresentação “Broken bond” e “Blood deal”, todos do disco que estava a ser promovido. Nesta altura já Rita mantinha um diálogo com o público e sem problemas dava indicações para a mesa de som. Ouviu-se então “You should go”, segundo single do segundo disco “Lights and Darks”, o qual é seguido pelo sobejamente conhecido “The beginning song” do disco de estreia.

A cantora confessa já não ter muito a dizer por tanto já ter sido dito sobre o tema. O público reage com euforia e a cantora lança-se para um tema cujo título confessa não encontrar paralelo em Português. A música sobre mentiras a que se não se dão muita importância, “White lies”, segundo e mais recente single do último longa duração de Rita, vê esta trocar a guitarra elétrica pelas teclas e é bem recebido pelo público.

Tempo para nova incursão no último registo de originais com “In this white room”, antes do regresso ao disco de estreia, “Golden Era” para a interpretação de “Minimal sounds” e a primeira composição da cantora “Dream on girl”, da qual confessa ser o único paralelo que mantém com o cantor Português Tony Carreira, dado o título ser a versão em Inglês do “Sonho de menino” do cantor romântico Português.

Segue-se um momento mais intimista em que apenas Rita sentada à frente das teclas interpreta duas covers. A primeira é “Moon river”, originalmente composta por Henry Mancini, escrita por Johnny Mercer e celebrizada pela interpretação de Audrey Hepburn, é interpretada pela primeira vez ao vivo pela rapariga dos sapatos vermelhos que confessa ter tirado os acordes na semana anterior ao espetáculo. A segunda, “River” de Joni Mitchell, é apresentada como fazendo parte do projeto “The other woman” levado aos palcos durante o ano de 2012 e que no Natal desse mesmo ano juntou Red Shoes a Ana Moura, Luísa Sobral e a mais 11 cantoras Portuguesas para homenagear a artista Canadiana.

Tempo para banda regressar ao palco e o inédito acontecer. Quando Rita se preparava para tocar a sua guitarra elétrica o som amplificado desta não sai, sendo o roadie forçado a trocar o amplificador. O momento de aparente embaraço foi no entanto encarado com humor, dando a oportunidade a Rita de dialogar com o público sobre temas mais fugazes como o resultado do jogo do Benfica que acabara algumas horas antes. Problema ultrapassado, a música regressa com “Four women”, seguido do tema “Which one is the witch?”que Rita confessa ter sido o predileto quando se encontrava na digressão do seu segundo disco. “Woman, snake”, tema de sons alternativos do seu último disco é apresentado como o resultado de uma “trip” no Senegal. O cair do pano dá-se ao som do sucesso do primeiro disco, “Choose Love”, seguido do single de apresentação do segundo disco “Captain of my soul”, acompanhado pelas palmas do público.

O regresso para o primeiro encore dá-se com os temas do disco de estreia “Once I found you” e “Hey Tom”, com a banda a ser apresentada durante esta última. Mais uma despedida e um segundo regresso para a interpretação do tema que encerra o último disco “There’s no sky above our heads”, somente acompanhada por Pedro Vidal na guitarra. Todos os músicos juntam-se então na frente do palco para uma merecida ovação por parte do público que assim dá por encerrado o espetáculo.

Com este espetáculo Rita Red Shoes confirma a boa forma em que se encontram as suas composições que depois de três discos evoluem no sentido de a consolidar como uma das vozes do Indie Pop mais talentosas do panorama musical Português.

Texto e fotos: Pedro Pico

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