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Reportagem | Samuel Úria não é deste mundo

No concerto que serviu para apresentar o novo álbum, “O Grande Medo do Pequeno Mundo”, Samuel Úria relembrou-nos de que é feito o nosso novo panorama musical.

Eram perto das 23h quando entre luzes ainda difusas, um violino se sobrepôs e abriu o espetáculo na sala do TMN ao Vivo, e espetáculo não é termo não é inocente nem despropositado.

Com uma melodia quase angelical e um trabalho de luzes coerente e insanamente eficaz, o palco abriu-se para receber o homem da noite, o jovem que resgatou as suiças felpudas do século XVIII: Samuel Úria.

Úria é o paradigma do que o panorama musical português tem estado a construir: uma qualidade musical gigante e pronta a crescer, uma criatividade ainda maior e uma felicidade no que fazem que ou se transformam em momentos de catarse pacifica, ou se tornam momentos de loucura em palco; de qualquer maneira, é de génio!

Num concerto que juntou amigos para apresentar aquele que é um trabalho de cariz muito diverso que em poucas palavras podia ser a banda sonora de um western spaghetti realizado por Tarantino que se passasse no Portugal presente.

Com Jorge Rivotti, Tiago Bettencourt, Márcia, Alex Teixeira e Tiago Guillul em palco ao longo da hora e meia que durou o concerto, este tornou-se num espectáculo com muito carinho e com muita cumplicidade.

Úria tem uma habilidade de palco como poucos, é louco, é brincalhão e gosta de trabalhar em espaços apertados, pois entre convidados, (multi-)instrumentistas, a voz de apoio e o violino de Miriam Macaia e ainda um coro de jovens, parecia que seria necessário um outro palco para a presença do cantor.

Um álbum sem medos

“O Grande Medo do Pequeno Mundo” é um álbum abrangente, passa por algo que parece country à portuguesa, com uns toques de punque roque, com uns cheirinhos de sons populares e com uma onda indie rock, é um álbum que tem muito para oferecer.

Com temas como “Lenço Enxuto” e “Armelim de Jesus”, Samuel Úria passa mensagens mais pessoais, por outro lado, com “Espalha-brasas” ou “Forasteiro” são ariscos e orelhudos.

Mas com treze (aqui é um número da sorte!) temas e com tantas participações especiais no disco, não se pode deixar de dizer que Úria é um tesouro do panorama musical, não que ande cá há umas semanas, mas este é com toda a certeza um trabalho que o consagra como grande estrela da música em Portugal.
Assim sendo, aqui fica a resposta ao senhor lá do fundo da sala que, exasperado com o atraso de uma hora, dizia “Deves ter mania que és estrela!”.

Olhe, pois parece que é mesmo!

Veja a galeira de fotos do concerto AQUI

Texto e Fotografias de Tiago Alves Silva

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