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Reportagem | Teresinha Landeiro encanta na Casa da Música

Depois de na sua estreia ter esgotado o pequeno auditório do CCB, espectáculo incluído no ciclo “Há Fado No Cais”, foi a vez da Casa da Música, receber na passada terça-feira, a jovem fadista Teresinha Landeiro para o seu segundo concerto em nome próprio, denominado “Momento Zero”.

Após entrada dos músicos em palco, foi altura de recuar no tempo e recordar, através de uma gravação, a primeira vez que Teresinha Landeiro cantou numa casa de fados. Inicialmente, poderia ter suscitado algumas dúvidas sobre quem estaria a cantar, principalmente devido ao timbre da própria fazer lembrar, em determinados momentos, a voz de algumas fadistas de outrora. Mas não, era a própria que confessava, naquela altura com apenas 12 anos, as suas “mágoas” à guitarra, ao interpretar o “Fado Lisboeta”.

Foi tempo de regressarmos à sala 2, na Casa da Música, para vermos, finalmente, a estreia da jovem fadista em terras do norte. Começa por interpretar um tema tradicional da terra do seu avô, “Mata Aranha”, e é com “Verdes Anos” que sai do palco para trocar de indumentária. Reaparece com um belíssimo vestido comprido, em tons de verde, criação do estilista português José António Tenente, para cantar um tema da sua autoria – “Da Minha Janela”.

“Boa tarde!” Foi assim que a jovem de 18 anos começou por dar as boas-vindas ao público e agradeceu por se ter deslocado à Casa da Música para a escutar. Explicou que o concerto “Momento Zero”, desta feita incluído no Ciclo Novos Valores do Fado da Casa da Música, pretende dar início a uma nova etapa enquanto fadista.
Como tal, o repertório escolhido, para o concerto, baseou-se em marchas de Lisboa e fados tradicionais. Uns, temas protagonizados por célebres fadistas da história do Fado, são exemplo, “Lisboa É Sempre Lisboa”, “Bailarico Saloio”, “Gota Abandonada”, “Amor Bruxo” e ainda “É de Lisboa”, protagonizado por Amália Rodrigues, mas com um arranjo no refrão realizado pela jovem fadista e pelo músico Pedro de Castro que o transformaram num bolero ou “Há Festa Na Mouraria”, que ouviu pela primeira vez num ensaio de Frei Hermano da Câmara. Outros, temas completamente novos que apresentou ao grande público com letras da sua autoria – “Da Minha Janela” ou “Malmequer”. A primeira no fado perseguição e a segunda no fado corrido.

O espectáculo que teve a duração de, aproximadamente, uma hora e meia, no final para além dos agradecimentos ao público presente, à Casa da Música pelo convite, assim como ao fadista Hélder Moutinho, que foi quem sugeriu o seu nome para o referido ciclo de novos talentos organizado pela instituição. Houve ainda tempo para Teresinha Landeiro colocar o xaile, presente oferecido antes do começo do espectáculo, para cantar o último tema da noite “Lisboa Antiga” e assim “cheia de encanto e beleza!/sempre a sorrir tão formosa/e no vestir tão airosa” se despede a jovem princesa do Fado, que foi acompanhada por Pedro de Castro (guitarra portuguesa), André Ramos (viola) e Francisco Gaspar (baixo).

Teresinha Landeiro, jovem, mas a cantar com grande intensidade e “alma fadista”! A certeza de que o futuro do fado, continua muito bem assegurado.


Texto e fotos:
Joana de Queiroz Constante

   Fotos do concerto brevemente também publicadas em: facebook.com/madeinportugalmusica   

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