Foi no íntimo espaço, junto ao rio Tejo, da sala TMN ao Vivo que os Ultraleve se estrearam ao vivo, apresentando um som divertido e sólido, apoiado em acordes orelhudos e refrões fáceis.
Depois de abrirem com “Beija Flor” e passarem por “Conta e Medida”, foi com uma versão acelerada do êxito radiofónico “Chata,” cantada com a força de hit de Verão acabadinho de rebentar, que definitivamente conquistaram todos os presentes e partiram para uma noite divertida.
O som coerente, qual fio condutor transversal a todos os temas, dá à banda uma consistência não muito usual para quem apenas conta com o disco de estreia.
Ao quinto tema, “A Vida Voltou”, o ritmo desce e o tom baladeiro toma conta do espaço, permitindo aos presentes recuperar o fôlego. O tema termina com um solo de guitarra épico saído de um clímax de Blockbuster Hollywoodesco. Os arranjos dos temas, apesar de muitas vezes subtis, enfatizam-nos e conferem-lhes uma robustez de aparente simplicidade.
Com “Super Heróis”, ganham balanço para uma muito orgânica versão de “Here Comes Your Man” dos Pixies, muito aplaudida pela audiência. O quarteto que se apresentou em palco demonstrou-se coeso, com os dois protagonistas que compõem o line up original da banda a ocuparem os lugares dianteiros com as suas guitarras, enquanto que os incansáveis elementos de apoio, quer na bateria ou entre o baixo e os teclados, deram a consistência e profissionalismo que o ambiente requeria.
O som disco de “Fim do Mundo” tirou partido das luzes que com os seus efeitos alienistas manteve todos a dançar, enquanto que “Poço de Manias” deu a todos a oportunidade de se juntarem em coros intermináveis. As palmas reinaram durante “Cabeça no Ar”, segundo single do disco, é mais um orelhudo disco sound cantado em português digno do legado dos anos 80, seguido de “Dança”, que tem o condão de por a todos a cantar em falsete.
Com o encore surge o inédito dedicado às Marias do país, em tom de country/folk com dedilhados a duas acústicas, antes do reprise de “Chata”, introduzida em uníssono acústico, explodindo num ritmo forte que não deixa nenhum corpo sem balançar.
Com os Santos Populares à porta a boa disposição, descontração e profissionalismo dos Ultraleve posiciona-se para ser destaque no Verão de 2013. Em tempos em que a consciência social dá pano para mangas, é a leveza de temas descomprometidos como estes que proporcionam o entretenimento procurado pelo público nesta época do ano. Sem grandes pretensões os Ultraleve acabam por se tornar em mais nome forte da nova geração de músicos Portugueses, provando que com profissionalismo, dedicação e humor é possível alcançar resultados de grande qualidade. A continuarem assim, esperam-nos com certeza muitos festivais, arraiais e festas Universitárias pelo país fora, muito para além do Verão de 2013.
