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Reportagem | You Can’t Win, Charlie Brown apresentaram novo álbum no CCB

A noite chuvosa de Sábado 18 de Janeiro de 2014 foi esquecida por uma plateia repleta que dentro da sala nobre do CCB, em Lisboa, assistiu ao concerto de apresentação do segundo disco de originais “Diffraction / Refraction” dos “You Can’t Win, Charlie Brown”.

A banda apresentou-se no centro do palco e a proximidade entre os seus elementos transbordava para o som coeso que chegava a todos os presentes. A acústica da sala revelou-se irrepreensível, provando que este espaço é o ideal para este tipo de apresentação. O fundo do palco era preenchido com uma gigante tela na qual eram projetadas imagens simples, complementando visualmente o som reproduzido pelos músicos. As sombras dos músicos no fundo do palco foi outra das imagens que se repetiram durante a noite e que evidenciou a estética do coletivo.

Apoiada num riff acústico, “I Wanna Be Your Fog”, é um dos momentos intimistas da noite, enquanto que “Sort Of”, do EP de estreia, apresenta um ritmo contagiante.
A bem repleta sala acariciou os temas, aplaudindo ferverosamente no final de cada um. A banda, por seu lado, foi perdendo a timidez inicial e, à medida que os temas foram desfilando, falava mais e mais, partilhando estórias ou agradecendo àqueles que contribuíram para o disco e concerto.
O single de apresentação do novo disco, “Be My World”, foi o último a ser entoado antes de abandonarem o palco pouco mais de uma hora após terem iniciado o concerto.

A pausa foi curta e o encore inicia-se com o melodioso arranjo de piano de “An Ending” do disco “Chromatic”. Seguiu-se um tema do novo álbum, “Heart”, alavancado pelas harmonias das cordas elétricas. O concerto terminou com o ritmo forte de “Natural Habitat”, de riffs melódicos em que instrumentos clássicos fundem-se com o apocalipse da eletrónica alienígena.

Apoiados em harmonias e sons orgânicos, é o conjunto, o todo, que sai a ganhar quando escutamos o sexteto. Fechamos os olhos e os sons alternativos fazem-nos viajar pelo universo dos Radiohead pós “The Bends”. A comparação não tem no entanto qualquer sentido pejorativo, pois toda a estética e ambiências que a banda de nome enigmático apresenta é coerente e serve apenas para enriquecer o panorama musical nacional com uma linguagem complexa e rica, que facilmente pode ser internacionalizada, dada a sua universalidade e enraizamento nos meios mais Indie do Hemisfério Ocidental do planeta.

Reportagem por: Pedro Pico

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