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“Tudo Recomeça” é o nome do novo álbum de Aldina Duarte

“Tudo Recomeça” é o nome do novo álbum de Aldina Duarte, que conta com Paulo Parreira na Guitarra Portuguesa, Rogério Ferreira na Viola, Aldina Duarte na produção e Joaquim Monte na co-produção.

O disco com 12 temas foi gravado e misturado por Joaquim Monte. A masterização ficou a cargo de Helder NelsonGravado nos Estúdios Namouche.

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Que contos de fados são estes de Aldina Duarte em 2022?

«São fados que nunca deixou de cantar em concertos, desde a sua gravação. Fados apresentados a plateias calorosas, pela primeira vez fixados no silêncio do estúdio. Em síntese, uma breve antologia dos fados de vários discos, que nunca pararam de evoluir em palco, agora reconstituídos num quadro pessoal e atual, a que se somam algumas surpresas.

Por exemplo, Antes de Quê [Fado Carriche], um companheiro de longa data que nunca deixou de interpretar, antes sequer de ser gravado, e Ela, fado-espelho sobre a condição feminina, escrito por Manel Cruz, a quem foi entregue a tarefa de assinar o único tema novo de raiz.

Todos os fados inéditos em disco, na voz culta de Aldina, trazem uma história no bolso. Sem Cal Nem Lei foi escrito por Maria do Rosário Pedreira para a voz de Aldina e interpretado, pela primeira vez na Culturgest, a sua sala de eleição; um tributo a Miguel Lobo Antunes, a quem dedica Tudo Recomeça. Clausura tem letra própria, escrita para a melodia de Fado Bacalhau e arranjo da fadista, recuperando o acompanhamento minimal mais antigo da viola de fado.

Rasga o Passado é um fado não tradicional pouco conhecido de Amália Rodrigues, sugerido por Miguel Lobo Antunes. Auto-Retrato é a fotografia de Aldina Duarte, escrita por João Ferreira-Rosa e estreada na Culturgest, na presença do fadista e letrista. Guitarrada dá aos músicos e autores do arranjo, Paulo Parreira e Rogério Ferreira, a honra de fechar o disco, tal como sucede em palco antes da derradeira ovação.

É um fado muito nosso e só dela”, dizem os guitarristas. Eles que são “a pedra angular de todo o meu trabalho”, refere Aldina Duarte. “Eu defino a estrutura e o ambiente musical, de acordo com a minha visão poética, e eles descobrem e executam as soluções musicais, conforme as características de cada instrumento, sem fugir à essência da linguagem musical do fado”.

Em Tudo Recomeça, não houve prazos de estúdio a cronometrar o processo. Cada fado teve direito ao seu próprio tempo, emocional e interpretativo. Para manter a coerência estética com a obra sólida e intemporal, Joaquim Monte foi a escolha. “Precisava dos ouvidos e da cumplicidade profissional de alguém com quem tenho gravado sempre nos últimos anos, desde o Romances com o meu único produtor musical, o Pedro Gonçalves”, justifica.

Em Aldina Duarte, há muito deles, dos produtores, músicos e poetas que regam a tradição, de forma a mantê-la viva, relevante e expressiva.

A guitarra funciona como o passo que anuncia um peso. E o peso surge e afinal é leve e afinal é pesado e afinal é substância densa; o som não é tudo; o tudo é escuro; este som nunca se ouviu, escuta-se; a voz da vida, escuta-se; versos para doer, pés para serem pés.

O som que faz ver, que esclarece, que faz clareira em redor do centro: Um cego cantando via. O som e a voz da Aldina são isto: som que desbasta o mato acelerado das coisas imediatas, voz que faz clareira em redor de quem vive; uma forma de ser trágico e lúcido; clareza é isto: clareira em redor da voz que fica – e som que é quase tudo: tranquilidade e peso, leveza e tranquilidade: o peso surge e afinal é leve e afinal é pesado e afinal é substância densa.

Aldina. Ela não aprende a ser outra. Como alguém que de novo se perdeu para de novo encontrar um novo sítio. E de novo encontrou – é substância densa». – Gonçalo M Tavares

“Tudo Recomeça” de Aldina Duarte já está disponível nas lojas físicas e digitais.

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