Antes de partir para uma nova viagem, Armando Teixeira e os Balla decidiram regravar e editar “Construí Ruínas“ e “Uma sede“. Ambas fazem parte de um lote de canções que, por um motivo ou outro, mereceram ser revisitadas e partilhadas com o público. Têm uma estrutura de canção e, talvez por isso, sejam mais singles no sentido clássico do termo. Na realidade, poderiam estar incluídas no álbum “Cãs”, que sairá brevemente, porque soam como pontes entre o passado e o que está para chegar.
São canções que merecem uma nova vida – novos arranjos, nova voz e uma nova mistura. Inicialmente incluídas no álbum “Canções“, dez anos depois são canções com pertinência para viverem hoje.
“Cãs” que sairá ainda no primeiro trimestre de 2023 tipifica calma, consciência de escolhas, conhecimentos acumulados, sabedoria, mas ao mesmo tempo a aceitação de que a procura será eterna. E é nessa procura que está assente este novo disco de Balla.
O sétimo álbum de Balla é um disco onde a electrónica e os sintetizadores convivem com as guitarras, baixo e bateria. A influência maior deste “Cãs” é a electrónica suja dos finais de 1970, transposta para os dias de hoje. Discos seminais como “The Idiot” de Iggy Pop, “Low” de David Bowie ou “Suicide” dos Suicide continuam presentes e a ensombrar o imaginário da banda. Mas o futuro é hoje e neste Álbum convivem os mais modernos instrumentos electrónicos com os clássicos sintetizadores analógicos que uma Carreira de quase trinta anos permitiu acumular.
As canções deste “Cãs” – porque, sim, este é um álbum de canções – desenvolvem-se num tempo próprio. O refrão nem sempre está presente para definir a canção. Todas as canções valem por si, não há um Single óbvio. Ou pelo menos cada um poderá escolher o seu.
Para já, fica a recordação de “Construí Ruínas” e “Uma Sede” que já estão disponíveis em todas as plataformas de streaming.