Home   /   Novos Discos  /   Beato apresenta o seu disco de estreia “Bonança”
Beato apresenta o seu disco de estreia “Bonança”

Beato lançou recentemente o seu disco de estreia “Bonança”, já disponível nas lojas e plataformas digitais. O concerto de apresentação será no dia 20 de Outubro, no Auditório Carlos Paredes, em Lisboa.

Sobre o disco, Beato diz que «é uma coleção de músicas que já atravessaram outras vidas, mas que de alguma forma me foram acompanhando e eu a elas. Como nunca tinham sido editadas, esta era a forma de honrar esse percurso que fizemos juntos. O nome Bonança para o disco, veio da sensação que ficou quando ficou concluído. Apesar de um processo de composição, gravação muito harmonioso e tranquilo, a última fase foi bastante esgotante. A última fase é sempre esgotante. Quando acabou, ficou um silêncio e uma sensação de paz, primeiro porque havia mesmo silêncio, sem música para ouvir, ou acertos a fazer e depois porque a sensação era mesmo a de ter sobrevivido a esta viagem. E aqui o sobreviver refiro-me a chegar ao fim e encontrar neste disco todo o sentido de quando era só uma ideia. Fiquei em paz com o resultado. A decisão de fazer este disco trazia consigo alguns compromissos pois sabia que ia ter fases muito solitárias amplificadas pelas medidas de isolamento e distanciamento exigidas durante a pandemia.»

“Bonança” foi produzido por Nuno Rafael e Beato, misturado e masterizado por João Bessa e gravado por João Pedreira nos Estúdios Valentim de Carvalho e Estúdio do Beato.

Beato com Joana Barra Vaz – Nem te vi [LETRA]

Às vezes andamos
em mundos diferentes,
com o mesmo tecto
e mesmo chão,
até esbarrar contigo.
e depois?
Prossigo só, mas dest’ a dois.

Às vezes julgamos
em ir mais além,
sem ir para lugar algum.
Também, p’ra quê sair p’rá confusão?
Se o mundo cabe no T1.

Pois se vires bem,
do teu Vaivém,
aí do corredor,

Então vais ver,
que se eu sou polo,
és equador!

Eu sou já, e tu já não.
E amanhã ao contrário.
É sempre assim
e chega ao fim,
mais um calendário!

Mas hoje eu vim! E que é de ti?
Qual o teu álibi,
p’ra teres estado cá?
E nem te vi…

Às vezes dançamos
um solo a dois,
à espera que o outro
se ajeite.

Tentamos diluir-nos, devagar
mas, somos como água e azeite.
E às vezes tentamos, até,
trocar um ou dois dedos de conversa.

Em prosa surda e muda.
E amanhã, o que muda?
É só um vice-versa.

Pois se vires bem,
do teu vaivém,
aí do quarto,

Então verás
se sentes fome,
eu já estou farto!

Quando estou
tu não estás
e o porquê? Tanto faz!
É sempre assim,
e chega ao fim,
quem for capaz.

Pois hoje eu vim! E que é de ti?
Qual o teu álibi,
p’ra teres estado cá?
E nem te vi…

Pois hoje eu vim! E que é de ti?
Qual o teu álibi?
Já disseste e eu esqueci!

P’ra na hora “H”,
teres estado cá…
e nem te vi…

Related Article