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Entrevista | Anjos

Anjos são uma dupla portuguesa, constituída pelos irmãos Sérgio e Nélson Rosado.
Desde cedo que tiveram o sonho da música. Entraram para a Academia da Música e passaram a atuar em bailes e festas populares, sendo conhecidos nesse tempo como os “Irmãos Rosado”.
Em 1996 participam no programa “Lugar aos Mais Novos” da Rádio Renascença d’onde saem vencedores.
No ano seguinte, segue-se a participação na “Casa de Artistas” da RTP, onde ganham o primeiro lugar. Nesse mesmo ano (1997) são ainda convidados para pertencer ao grupo Sétimo Céu, grupo que apesar de ter tido alguns sucessos termina em 1998.
Em 1999, a dupla é convidada por uma produtora nacional surgindo com um novo nome: os Anjos.
Desde então, cada álbum é sinónimo de sucesso. 
Recentemente editaram o CD + DVD: Anjos Acústico. Um concerto especial, gravado no Fórum Cultural do Seixal, onde os Anjos revisitam com uma sonoridade diferente, alguns dos maiores sucessos, em quase 15 anos de carreira.
Em entrevista, os irmãos Rosado, falaram-nos do novo álbum, da carreira e muito mais. Confira:




Made In Portugal: A 17 de Julho deste ano deram um concerto acústico no Fórum Cultural do Seixal, que recentemente foi lançado em CD e DVD. Falem-nos um pouco dessa edição.
Nelson R: É um trabalho que reúne todos os nossos grandes temas, e ainda por cima ao vivo e com arranjos diferentes, é um formato que o público tanto gosta por ser tão intimista. Contém um tema original de nome “Quero-te encontrar” – Música do Sérgio Rosado e letra do Pedro Vaz. Traz ainda uma versão muito interessante do tema “Alelujah” de Leonard Cohen.

MIP: Gravar um álbum em acústico sempre foi um desejo vosso, ou foi uma ideia que surgiu de forma espontânea?

Sergio R: Foi um projecto que vinha sendo pensado faz imenso tempo, só que efectivamente as coisas nunca se tinham proporcionado, até que chegou o momento. É um sonho tornado realidade, é um disco de carreira que todos os artistas ambicionam e nós não fugimos à regra, estamos muito felizes com o resultado obtido.

MIP: Terem gravado no Centro Cultural do Seixal é uma forma de ‘homenagear’ a vossa terra? No fundo, onde grande parte da vossa música surgiu.
Sérgio R: Claro que sim. Quem nos conhece bem, sabe que não nos esquecemos de como tudo começou, onde começou e quem fez parte desse percurso, e na sequência dessa homenagem, nada melhor que ter gravado o concerto na nossa Terra, onde de facto há muitos anos atrás tudo começou.

MIP: O vosso último trabalho de originais conta com a participação especial de Sérgio Moah, vocalista do grupo brasileiro Papas da Língua. Como surgiu essa participação?
Nelson R: Nós conhecemos a Banda brasileira aquando uma gala dos Globos de Ouro, foi um espectáculo onde quer nós quer o Papas da Lingua tiveram as suas performances ao vivo. Recordo-me que fomos apresentados, trocámos contactos e a seguir a isso vieram alguns convívios fabulosos entre bandas, entre almoços e jantaradas. Tivemos uma participação num concerto deles no Porto, e depois convidámo-los para participarem também num concerto nosso em Braga, daí até nos lembrarmos de convidar o vocalista do Papas (Sérginho Moah) foi um pequeno passo, já nem conseguimos imaginar  o tema “Virar a Página” sem a voz do Moah.

MIP: A 23 de Julho atuaram no Teatro do Bourbon Country, na abertura do 7º festival de Inverno de Porto Alegre. Como foi a experiência de cantar para um público, que há partida desconhece a vossa música?
Nelson R: A experiência foi fantástica!!! Foi uma performance integrada no concerto do Papas da Língua, o que para além de ter proporcionado momentos lindos entre as duas bandas (tocámos alguns temas deles com eles e eles tocaram também connosco temas do nosso repertório). Fomos muito bem recebidos pelo público, e de facto é indiscritível relatar a emoção que foi de ver um público que desconhecia, até ali as nossas músicas, a nossa forma de estar em palco, e aderirem como aderiram, foi incrível!!!

MIP: Sentem que está a haver mais abertura por parte do povo brasileiro em receber a música de Portugal, como nós fazemos cá com a música deles?
Sergio R: Sinto que sim, apesar de ainda ser necessário trabalhar e muito a questão estrutural e promocional das bandas Portuguesas no Brasil, mas o facto de o público estar “aberto” à nossa sonoridade é um grande avanço.

MIP: Recentemente estiveram também no Brasil a participar numa das provas mais duras do mundo do BTT e o ano passado participaram no Titan Desert, percorrendo o deserto de Marrocos. Para além da música esta é uma das vossas paixões?
Nelson R: O BTT e o Cicloturismo é de facto uma paixão e uma das formas de nós ocuparmos os nossos tempos livres, e que tem vindo a ganhar uma dimensão muito interessante. Dimensão essa que quisemos associar, dado o mediatismo envolvido, a causas de solidariedade. Este ano não foi excepção, em termos de agenda era possível poder participar desta prova no Brasil. Preparámo-nos fisicamente para poder completar um desafio deste género. As coisas correram bem, à imagem do que foi a nossa participação no Titan Desert o ano passado, e de facto a plataforma das 4 instituições que foram, este ano, a nossa fonte de inspiração e de força, bike4help (Casa das Côres, Casa dos Rapazes, Terra dos Sonhos e o Instituto da Imaculada) será para continuar nos próximos tempos, sempre que a nossa agenda o permita.

MIP: Nem todos os cantores/bandas conseguem formar carreiras. Muitos têm sucesso durante um tempo e depois deixa-se de ouvir falar. Vocês têm tido uma carreira sólida. Cada álbum vosso é sinónimo de sucesso. Sentem-se lisonjeados por tal? Na vossa opinião a que se deve essa solidez?
Sergio R: Infelizmente isso é uma realidade, nem todos conseguem. Nós no nosso caso temos tido alguma felicidade, mas gostaria de realçar que neste percurso apanhamos alguns “espinhos” pelo meio. Mas o importante é mesmo nunca abandonar os critérios em termos de qualidade de trabalho, ser persistente, definir um projecto e lutar por ele, e depois claro, o facto de ter o meu irmão ao meu lado faz com que tudo seja mais fácil. Esta dupla de irmãos funciona porque fomos habituados a trabalhar juntos desde muito pequenos.

MIP: Para além do álbum em acústico, têm mais projetos para o futuro?
Nelson R: Neste momento apenas estamos concentrados na promoção, divulgação e tournée com o álbum acústico.

MIP: Como definem, actualmente a música em Portugal e a abordagem da mesma por parte das rádios nacionais?
Nelson R: A música em Portugal está um pouco como o País está: tudo meio cinzento. Existem muitas coisas a serem definidas, mas acredito que tudo irá acabar por estabilizar.
Em relação às rádios nacionais não tenho, infelizmente, grande opinião, uma vez que a nossa banda nunca teve qualquer tipo de protagonismo a nivél de rádio. Gostaríamos que esta área fosse mais representativa na nossa carreira e tentaremos trabalhar nesse sentido.
Sergio R:  mas em contrapartida, temos por outro lado, a excelente relação com as televisões e tem-se revelado como um enorme e importante alicerce na nossa carreira.

(Tema inédito: Quero-te Encontrar)

Acompanhe os Anjos através do facebook oficial e no site da dupla irmãos Rosado.

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