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Entrevista | Clark
Breve biografia:
Os Clark são uma banda oriunda da Portela, concelho de Loures . O início das actividades deu-se por volta de 1994, sob a denominação de Taxi Driver.
Praticam uma música no cruzamento do rock e do pop de guitarras, indie, cantado em português e inglês.
Em 2010 os Clark avançaram para a gravação de um novo cd, o seu 3º, totalmente suportado pela banda com a produção de Nuno Roque.
No estúdio Coutada do Som. durante o final de 2010 e princípio de 2011, após alguns falsos arranques, se preparou, gravou e misturou o álbum “Bipolar”. 



Made in Portugal: Em 1994 deixaram de ser os Taxi Driver e passaram a ser os Clark. Porque esta alteração?
Clark: Na verdade, quando assinamos contrato com a editora EMI, passamo-nos a chamar “Inocentes”.  Na altura por decidirmos editar um disco exclusivamente cantado em português optamos igualmente por um nome português. Em 2000, talvez para cortar com a nossa passagem atribulada por essa editora e com a imagem a que a banda estava colada decidimos mudar para CLARK, jamais renegando o espólio de canções desenvolvidas enquanto “Inocentes” mas de certa forma procurando algo com que a banda mais se identificasse e uma dessas coisas é o humor negro. Os Inocentes têm episódios realmente de humor negro ao longo da sua existência. Por exemplo, ao pensarmos na Lei de Murphy que basicamente diz “se há probabilidades de acontecer algo de mau então vai acontecer de certeza” existe a Lei de Clark que ironiza dizendo que “Murphy é um otimista”. Esta é uma visão familiar para os CLARK 🙂

MIP: “Bipolar” é o mais recente disco da banda. Foi muito difícil editar este disco?
Clark: Para já, trata-se de uma edição de autor e nesse sentido a dificuldade foi a de suportar os custos naturalmente implícitos. No entanto acreditamos que “Bipolar” venha a ser editado por uma editora com capacidade para promover e “trabalhar” este disco de forma apropriada pois a avaliar pelo interesse de algumas rádios como a Antena 1, TSF e uma série de rádios locais. Tudo nos leva a crer que é trabalho com potencial.

MIP: Como é o vosso processo de composição? Cada um tem uma tarefa (um escreve a letra, outro compõe a melodia…) ou fazem tudo junto?
Clark: A composição tem sido cada vez mais, conjunta. Acreditamos que esse envolvimento representa uma forma mais democrática e motivadora para os músicos dos Clark. As letras são escritas por João Alexandre e as músicas por João Alexandre, Miguel Sapateiro e Marco Carvalho. O novo baterista, Filipe Chaves é uma mais valia para os Clark pela sua capacidade e competência e será portanto mais um a participar no processo criativo no futuro próximo.

MIP: Que novidades estão a preparar para o futuro?
Clark: Para já estamos a aguardar com expetativa a concretização de edição por parte de editora. Enquanto a banda isoladamente vai criando novos temas não podemos desligar-nos dos temas do álbum “Peculiar”. Nele se baseia o espetáculo dos Clark e pelas experiências que tivemos ao vivo, ansiamos regressar aos palcos

MIP: Quais os vossos objectivos enquanto banda?
Clark: Queremos chegar ao maior número de pessoas. Fazemos o que gostamos, acreditamos no que fazemos e acreditamos que podemos agradar a muitos bastando (e sabemos que não é pouco) chegar a eles.

MIP: Dêem uma razão, para quem ainda não conhece a vossa música, para a ouvirem.
Clark: Os CLARK fazem música para os sentidos, orgânica e com histórias que mexem com as pessoas ou nas quais elas se podem rever, tornando-se protagonistas das mesmas cada uma à sua maneira. Os Clark cruzam pop e rock mas de forma personalizada e que os permite distinguir de muitas outras bandas portuguesas.

MIP: Como definem atualmente a música em Portugal e abordagem que ela tem por parte das rádios?
Clark: Há muita e boa música a ser feita actualmente em Portugal. É um período de bastante criatividade com muitos projetos novos, muitos géneros, formas de divulgação diversificadas mas pouca divulgação nas rádios ou pela menos uma divulgação concentrada em alguns artistas e não tão abrangente quanto desejável. Este tipo de divulgação tem repercussão em primeiro lugar no alcance onde chega cada um dos artistas, nos espetáculos que escasseiam para muitos e nas vendas que mesmo sendo diminutas num mercado consecutivamente em decrescimento, há muitos anos se tornam residuais para quem não tiver divulgação/exposição mediática.
Nas TV’S generalistas a divulgação de música portuguesa é mesmo muito limitada e a internet tem um excelente potencial pela proximidade que cria entre público e artista, as possibilidades de comércio online e um sem fim de ferramentas de promoção. Não deixa contudo de ser igualmente terreno pantanoso onde se criam vertiginosamente heróis com pés de barro.
Os CLARK não têm pés de barro! 🙂

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