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Entrevista | Dj Rusty «a produção musical para mim tornou-se num vício»
O Made in Portugal esteve à conversa com o dj Rusty, considerado pelos conhecedores do mercado como uma verdadeira pérola no cenário musical nacional.

«a produção musical para mim tornou-se num vício, estou sempre a aprender todos os dias e esse é o meu maior prazer»

Made in Portugal: O que despertou em ti a vontade de produzir?
Rusty: Sempre fui uma pessoa que gosta de aprender e de alargar os conhecimentos, e produzir foi sem dúvida um desafio e é uma aprendizagem contínua. A produção surgiu por acaso. Tive curiosidade em adquirir vários conhecimentos sobre o processo que envolve a criação de uma música, e sempre tive o sonho de um dia vir a fazer uma e poder ouvi-la na rádio. Foi então que decidi pôr mãos à obra, instalei um software de produção no computador (na altura comecei pelo Fruity Loops, mais tarde o Samplitude, e atualmente o Logic Pro), e foi aí que comecei por aprender algumas bases com insistência e muito trabalho de pesquisa na internet. Na verdade, a produção musical para mim tornou-se num vício, estou sempre a aprender todos os dias e esse é o meu maior prazer.

MIP: Aos 16 anos produziste um dos teus mais marcantes hit’s “Ritmo do Meu Flow”. Volvidos alguns anos o que mudou na tua vida, enquanto DJ?
Rusty: Tive oportunidade de passar a conhecer várias pessoas do mundo da Música desde: DJs, Produtores, Músicos, Cantores… E isso é sempre bom porque com as outras pessoas podemos aprender novas coisas, e a meu ver só traz vantagens, para que nós possamos crescer não só como artistas mas também como pessoas. Além disso, ser DJ facilita, fruto do trabalho, poder visitar outros locais do Mundo, e até do meu próprio país que de outra forma provavelmente não teria a oportunidade de conhecer.

MIP: O que te inspira quando produzes?

Rusty: Há vários factores que contribuem para a minha inspiração e para o meu processo criativo, como por exemplo: um deles é criar um bom ambiente no estúdio, ligar luzes com baixa intensidade, acender um incenso e beber um chá… são coisas mínimas mas que, para mim fazem a diferença… gosto de ligar o modo “ZEN” enquanto produzo. Outra coisa que me inspira é consumir muita Música e ouvir outras influências, desde: Rock, Metal, Pop, Soul, Funk, Música Eletrónica, Jazz, Hip-Hop, Reggae, etc. Gosto de todo o tipo de Música e também de produzir todo o tipo de Música, sem limites!

MIP:  Quando vais atuar qual a tua principal preocupação?
Rusty: Gosto de verificar se está tudo 100% operacional a nível técnico para que eu possa dar o meu melhor. De seguida, foco toda a minha energia e sequência musical no público de forma a garantir que saem do evento “consulados” física e psicologicamente!

«temos que ter o cuidado de tocar a olhar para a frente, vendo quem está, e não olhar só para a mesa e tocar ao nosso gosto para nós próprios»

 

MIP: Para além de discotecas tens atuado também em festivais, queima das fitas… Até hoje qual foi o evento onde mais gostaste de atuar?
Rusty: Houve várias atuações que me marcaram mas houve uma em particular que se destacou, não pelo número de pessoas mas pelo conceito espetacular da festa. O evento foi no Verão de 2013 comigo e com o Jean Elan e o Cosmo Klein, numa festa organizada pela Mega Hits e pela Cornetto em que abriram o parque aquático “AQUA SHOW” em Quarteira, e fizeram uma mega “pool party” à noite, com os escorregas em funcionamento e o pessoal a curtir todo dentro de água! Fiquei sem palavras, ninguém estava à espera que aquilo fosse como foi, nem a própria organização… Espero que se volte a repetir a dose em 2014!

MIP:  É muito diferente atuar numa discoteca ou numa queima das fitas?
Rusty: Sim! A diferença é alguma, porque temos de ter aquele cuidado com a música que vamos escolher para tocar. Num festival pode ser “BRUTAL” tocarmos um certo tipo de música mas a mesma Playlist numa discoteca pode acabar por ser um “massacre” para o público. E nós temos que ter o cuidado de tocar a olhar para a frente, vendo quem está, e não olhar só para a mesa e tocar ao nosso gosto para nós próprios. Há que ter uma certa sensibilidade de seleção musical para os diversos sítios em que atuamos, para o benefício do público.

MIP: Que projetos tens na manga para 2014?
Rusty: Para 2014 tenho vários projetos que já estão em desenvolvimento com artistas nacionais e internacionais, não só dentro do House mas também dentro do Dubstep, Hip-Hop e Reggae. São boas surpresas para serem partilhadas com todos assim que for possível… confesso que me sinto ansioso para mostrar ao público todo este trabalho que está a ser feito.

«hoje em dia até o “avô” sabe misturar sem acertar o pitch»

MIP: Tens produzido com outros artistas (como Expensive Soul; Dino; Jimmy P…). É uma experiência enriquecedora? Com quem gostavas de colaborar?
Rusty: Sim, é sem dúvida enriquecedor e dá-nos vontade de trabalhar cada vez mais e mais. Já colaborei com artistas para além dos referenciados, como o Angélico Vieira onde produzi juntamente com ele a maior parte deste último disco, colaborei também com a Diana Monteiro na produção de um tema para o seu novo álbum, e tenho aprendido muito com todos os artistas com quem tenho trabalhado. Com quem gostava de colaborar, é uma pergunta difícil… gostava de colaborar com o Will.i.Am, Hardwell, Steve Aoki (na foto à direita) ou até a Beyoncé, mas tenho um sonho de à muitos anos que é colaborar com o conhecido cantor “MAX’C” num tema meu, sou fã do trabalho dele também!

MIP:  Como avalias atualmente a noite em Portugal?
Rusty: Está muito diversificada em géneros musicais e temáticas, tanto para o bom gosto para o gosto discutível… mas é sempre bom porque assim dá para agradar a gregos e a troianos! Só há um problema, a crise que acaba sempre por “boicotar” o negócio, mas acredito que isso mude um dia.

MIP: Há quem diga que hoje em dia qualquer pessoa é DJ. O que tens a dizer às pessoas que pensam desta forma?
Rusty: Não deixam de ter a sua razão, até porque a evolução da tecnologia permite isso, hoje em dia até o “avô” sabe misturar sem acertar o pitch (sem censurar, cada um tem o seu método de trabalho e o mais importante é agradar o público). Mas hoje em dia um DJ para ter sucesso para além de tudo o que tem de obrigatoriamente ter, tem que ter carisma, marcar pela diferença e fazer música para que as pessoas o reconheçam e destaquem o seu trabalho, não só por ser o DJ X, Y ou Z mas sim pela música que os faz destacar no meio de milhares de DJs.

«Quero desejar a todos seguidores um feliz Ano Novo cheio de saúde e alegria e que 2014 traga ainda mais energia para “curtirmos” ainda mais do que 2013!»

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