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Entrevista | Joka Drums

Joka Drums é o mais novo percussionista da Dance Music em Portugal.
O Made in Portugal esteve à conversa com este jovem talento.



Made in Portugal: Como surgiu o teu gosto pela percussão? Influência por algum familiar/amigo?
Joka Drums: Desde muito novo, naqueles típicos almoços que só se fazem uma vez ou duas por ano com toda a família reunida, eu fazia de toda a família um autentico público, enquanto eu cantava (não lá muito bem) ou dançava (muito pior ainda), portanto já nesses tempos eu gostava de ter um público a minha frente e por muito familiar que fosse, na verdade não deixava de ser o meu público. E o gosto pela música foi por muita influência da parte dos meus pais. A minha mãe sempre adorou cantar, e o meu pai foi baixista durante muitos anos. Lembro-me que sempre que havia um concerto dele, ou dos amigos dele, eu ia sempre para cima do palco e sentava-me no chão junto a bateria e com a máxima atenção no que o baterista fazia e lembro-me também de sentir que naquele momento só me dava uma grande vontade de ser eu a executar. Posso portanto dizer que tudo começou por estes episódios e envolvências.

MIP: Já foram editados, por editoras de prestígio em Portugal, temas da tua autoria, bem como em compilações discográficas. As coisas estão a correr dentro do que sempre desejaste?
Joka Drums: Sinto-me feliz por isso como é óbvio, tive o meu primeiro tema “Saxofreak” editado pela “Exklusive/Vidisco” num registo mais “Deep” (que ocupou durante meses o primeiro lugar do TOP10 da
editora) e posteriormente foi editado o tema “Ochibabáh” pela Farol, que está em terceiro lugar do Top10 (entre gigantes da música). Foram trabalhos que me deram bastante gozo em fazer no momento em que os criava, e nunca os fiz a pensar que um dia os iria editar, simplesmente os fiz. Depois de ver o resultado e o potencial da música e com alguns comentários positivos de amigos e profissionais, decidi então dar o passo
de editar. Tive o privilégio do tema “Ochibabáh” estar entre os 30 temas eleitos a fazerem parte do CD de compilações da Supernoite e desta feita o meu trabalho e o meu nome chegou aos ouvidos de imensa gente e isso é ótimo num ponto de vista de marketing e acima de tudo de orgulho e realização pessoal. Mais que a música estar a venda e estar ao alcance de toda agente, mais que os lucros que as suas vendas possam ter dado, a melhor sensação que tive por ter o meu trabalho a venda (por muito simples que pareça), foi o facto de entrar numa das mais prestigiadas lojas que comercializa música em todo o território nacional, ver o cd no top 10 de vendas e olhar para a contracapa e ver o meu nome escrito no repertório, foi das melhores sensações que tive. Antigamente aquela montra para mim representava apenas trabalhos dos outros, e naquele momento, passou a representar a minha montra também. Mas respondendo breve e concisamente à questão, as coisas estão a correr bem obviamente, mas para o que desejo ainda falta muito mais para me sentir verdadeiramente realizado.

MIP: És muito convidado para atuar na noite (discotecas/bares), onde normalmente a animação está a cargo de dj’s. Foi fácil entrar no mundo da noite como percussionista?
Joka Drums: Tenho que concordar que não foi tão difícil começar a surgir trabalho em espaços noturnos, como seria se eu fosse dj, até porque não há tanta concorrência. Mas o ponto-chave que facilitou o meu começo foi sem dúvida a idade, porque caía bastante em graça e claro a vocação. Com 15 anos já tinha o feeling nas músicas, já tinha um pouco a noção do exagero ou não, enquanto tocava, tinha a noção das dinâmicas nas músicas e não perdia a noção do tempo da música. Todo esse conhecimento autodidata e a pessoa certa a vender e a promover o meu trabalho, facilmente me empurrou para que de forma natural surgisse mais e mais trabalho. Com o tempo a evolução foi natural, o carisma, o “à vontade”, a técnica, os contactos, a imagem, a maturidade, até mesmo a minha própria identidade musical começou a ganhar textura. No fundo todos os fatores que contribuem para uma linha de sucesso. No fundo, como tudo isto foi surgindo de uma forma tão natural e genuína, posso dizer que as coisas tornaram-se fáceis.

MIP: Quais os ritmos que mais gostas?
Joka Drums: Neste momento identifico-me mais com o Tech-House, House e Deep House.

MIP: O que podemos esperar de uma atuação tua? 
Joka Drums: É uma pergunta bastante relativa, porque a maior parte das vezes nem eu sei o que espero de mim mesmo numa atuação. Muitas vezes tenho expectativas baixas em relação a uma festa e no fim de tudo foi das noites que mais gostei do meu trabalho. Mas uma vez que tudo é improviso, pelo menos o que se pode esperar de certeza é que cada noite será única. Toco, animo e estou neste momento a introduzir produção ao vivo.

MIP: Com quem gostavas de tocar?
Joka Drums: O meu ídolo nacional Dj Vibe sem dúvida, era realmente o realizar de um sonho, acho que o iria surpreender. E se o surpreendesse para mim era já mais uma etapa superada na minha carreira. Mas tenho também referências internacionais, mas sem duvida que para mim Dj Richie Hawtin é um “Deus” nesta arte do Live Act.

MIP: Que planos tens para o futuro?
Joka Drums: O meu futuro irá passar muito pela produção, é o que mais gosto de fazer, exprimir o que sinto através da criação de uma música. Quero produzir e lançar um álbum de raiz, ao que tudo indica com um heterónimo ao JOKA DRUMS, em que seja algo completamente espontâneo e genuíno sem pensar em lucros, vendas ou juízos de valor que possa ser sujeito por parte de editoras ou por qualquer outra identidade. Quero criar algo que seja a pensar na minha expressão e na minha auto-realização e expô-la ao público, estou morto de curiosidade por saber o que vai surgir e a reação que poderá causar, mas posso adiantar que será algo muito virado para o experimental e contemporâneo. Tenho também em mente fazer algumas mudanças a nível da construção do meu espetáculo ao vivo (torná-lo ainda mais dinâmico e apelativo) e começar a apostar mais em remixes e parcerias com outros produtores e djs amigos. Resumindo, espero que de forma natural, sem favores e sem lóbis, se abram portas para que eu possa expressar a minha verdadeira essência enquanto músico (Produtor e Percussionista), venham de lá os convites e oportunidades.

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