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Entrevista | Mopho “Será um trabalho muitíssimo mais maduro”

Mopho é um projeto que nasce em Faro, no ano de 2008, no entanto só em 2010 se iniciam nos espectáculos ao vivo. Os elementos que constituem a banda são: Pedro Bandeira (voz), Ricardo Rosa (guitarra e teclas), Paulo Duarte (guitarra) e André Gomes (baixo) e Ruben Azevedo (bateria). Todos com forte experiência musical, provenientes de algumas das melhores bandas algarvias, Mopho apresenta uma sonoridade coesa e madura, que se integra nos domínios do Rock/Post-Rock, envolvido com fortes elementos orquestrais e electrónicos.


Em Junho de 2013 editam o seu primeiro trabalho homónimo, fruto de um apurado trabalho de composição e produção, que teve as misturas a cargo de Miguel Carvalho, produtor de Sam Alone, Digamma, Prayers of Sanity, Mindlock, Devil in Me, nos estúdios Dalma Productions.


Este trabalho era aguardado com muita expectativa, quer pela banda, quer mesmo pelos seus fans, dos quais tem recebido os maiores elogios, o que reflecte a seriedade do trabalho desenvolvido pela banda.

Quem são os Mopho? Como surgiram?
Mopho surgiram de forma muito simples e descomprometida. 
Na altura o objectivo era apenas juntar amigos e pegar em músicas que estavam na gaveta e ver o que dali poderia resultar. Na melhor das hipóteses o objectivo seria gravar o resultado para que não ficasse perdido de todo. Com o passar do tempo – e até nem demorou muito até que nos apercebêssemos disso – foram aparecendo ideias novas que alimentaram a vontade de fazer algo mais e a banda de garagem foi-se transformando num projecto com mais ambição. Ao longo deste processo, saíram elementos que já eram amigos e entraram outros elementos que se tornaram amigos e assim cresceu a família Mopho, até ao que somos hoje.

Recentemente lançaram um EP homónimo. Que músicas podemos encontrar neste EP?
O EP contem temas que – ainda que dentro da nossa sonoridade – são bastante diferentes entre si. Alguns mais complexos, outros mais directos ao ouvido.
São todos eles temas densos e com uma forte carga melódica, melancólica e com refrões “orelhudos”. Representam fielmente onde nós estávamos musicalmente, na altura em que os escrevemos.

O EP é como que uma introdução ao álbum que estão a preparar. O que nos podem desvendar do álbum?
O EP terá sido de certa forma uma introdução ao álbum, mais no aspecto de ter sido um bom caderno de rabiscos, sem querer desvalorizar todo o trabalho e dedicação que lhe demos. O EP ensinou-nos imenso a nível musical e até mesmo a nível técnico. Serviu para fazer algumas experiências que achámos que seriam indicadas de fazer na fase em que nos encontrávamos. O álbum, será no entanto algo bem mais à frente. Estamos a terminar de escrevê-lo e posso garantir desde já – com toda a credibilidade que isso me dá – que será um trabalho muitíssimo mais maduro, com temas que não irão sair do ouvido, por mais que tentemos. Vai ser complicado escolher o primeiro single do álbum.
Para além disso, será o nosso primeiro trabalho com um novo baterista, que tem sido extremamente importante durante todo este processo, por toda a sua dedicação. 
 Novas visões e experiências que são sempre benéficas na hora de criar.

Como funciona o vosso processo de composição? Cada um tem uma tarefa ou preparam as canções em conjunto?
No passado tínhamos o hábito de compor em conjunto e isso implicava logicamente mais tempo para que os temas ficassem concluídos. A mudança que referi anteriormente reflecte-se precisamente neste campo. Quase todo o álbum tem estado a ser escrito e trabalhado de forma um pouco diferente. Um elemento apresenta um tema já terminado ou prestes a estar terminado. A banda interpreta e molda o tema de acordo com aquilo que entendemos ser a nossa identidade musical. No que respeita ao nossos papéis, eles cruzam-se muito facilmente. Qualquer um de nós tem as suas valências e com elas, a liberdade para sugerir o que quer que seja. Talvez a única tarefa exclusiva em Mopho, seja a de compor, gravar os teclados e operar a sessão que toca connosco ao vivo. Essa responsabilidade é inteiramente minha.


O que vos influencia na composição dos temas?

Essa parte é mais pessoal e com certeza varia entre cada um de nós. No meu caso particular, os temas começam o estudo de progressões melódicas que, seja por que motivo for, me despertam algum interesse. Essas progressões são depois trabalhadas sem que eu lhes atribua qualquer razão que não seja meramente musical.  
O valor sentimental e as influências externas entra em jogo mais tarde, quando começamos a definir secções e principalmente a criar refrões.  
Aí sim, as influências externas representam um papel muito importante nas nossas composições.

E quais as vossas influências musicais?
O rock é sem dúvida o denominador comum. Depois temos quem goste mais do progressivo, outros de post-rock. Do power pop ao jazz, do rock ao metal.  
Ouvimos de tudo um pouco, no entanto apreciamos muito o trabalho de bandas como Faith No More, A Perfect Circle, Tool, Dead Letter Circus, Thrice e por aí fora. 
A lista não terminava de crescer…

A nível de concertos de apresentação do EP, haverá concertos entretanto?
O EP foi oficialmente apresentado ao vivo no passado dia 28 de Fevereiro, na nova sala de espectáculos da ARCM de Faro, perante uma enchente!  
Foi sem dúvida uma belíssima forma de homenagear este disco que nos orgulha e que tanto trabalho nos deu. Recebemos mais de 300 pessoas, sendo que infelizmente, algumas não tiveram oportunidade de entrar na sala onde o concerto se realizou. Foi muito bom receber este feedback e ao mesmo tempo foi triste saber que houve quem quisesse entrar e simplesmente não tivesse oportunidade de o fazer, por razões logísticas. 
Temos de compensar fortemente no lançamento do álbum 🙂 
No que respeita a mais concertos, estamos desde já a marcar datas no Algarve e fora dele. O nosso Facebook é o melhor sítio para se estar informado destas datas e de tudo o que diga respeito a Mopho.


O que consideram que vos distingue de outras bandas?
Os único detalhes que se me ocorrem e que poderão ser motivos para nos distinguir dos restantes trabalhos são o facto de que cantamos em Português. Já foi moda fazê-lo, já deixou de ser, já voltou novamente. Sempre fizemos questão que assim fosse e creio que nunca deixaremos de utilizar a nossa Língua para nos exprimirmos musicalmente . Outro motivo será o facto de que nos apresentamos ao vivo com 5 elementos e uma quantidade considerável de teclados, sem que exista efectivamente um teclista ao vivo.

Vocês são uma das bandas de maior sucesso no Algarve. O objetivo, é agora expandirem aa vossa música por todo o País?
Sim, certamente. Os objectivos de 2015, passam obrigatoriamente por ganhar mais notoriedade a nivel nacional, já que a nível regional até nos podemos considerar bastante afortunados por haver quem nos siga, quem nos ouça e quem goste genuinamente do trabalho que fazemos.



Que mais ambições tem para o futuro?
Queremos ter a liberdade para criar e mostrar o trabalho que fazemos.
Tudo o resto virá, se assim tiver que ser. Vivemos num meio altamente competitivo e sabemos que se fizermos a nossa parte não será por falha nossa que as oportunidades não se materializarão. Mopho, enquanto um colectivo de músicos e compositores, terá sempre a ambição de vingar no meio. Embora saibamos que é complicado. 
Ambições a curto prazo: Continuar a promover o nosso primeiro video oficial, Quadro, que saiu às pouquíssimo tempo e que conta já com mais de 2000 visualizações no Youtube. Brevemente também voltaremos a lançar um novo video, este filmado ao vivo no passado dia 28 de Fevereiro.
A médio prazo teremos a conclusão do álbum e entretanto muito concerto pela frente, ou assim esperamos.


Curiosidade: porque o nome Mopho?
Este nome surge na sequência de termos tido no passado, uma sala de ensaios bem velhinha e que não tinha as condições que por exemplo temos hoje no nosso estúdio. 
Sempre que havia ensaio, a sala tinha de ser aberta com antecedência para arejar o cheiro a mofo, lá está. 
O cheiro ia connosco para casa, daí o nome ter feito todo o sentido quando tivemos de escolher um.
Tivemos, no entanto, de fazer um ligeiro ajuste ortográfico por motivos de ordem estética e também relacionados com o registo da marca Mopho.

Acompanhe os Mopho em: facebook.com/Mopho.portugal

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