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Entrevista | Nobody’s Bizness «decidimos que o caminho seria deixar de fazer arranjos e editar apenas material nosso»

Os Nobody’s Bizness celebram 10 anos na estrada, com novo álbum.
Em entrevista, a banda Lisboeta falou-nos dos 10 anos de carreira, do novo disco e dos projetos para o futuro.

Made in Portugal: Como surgiu a banda Nobody’s Bizness?
Nobody’s Bizness: Surgimos um bocado por brincadeira, um molho de gente que se conhecia do saudoso Catacumbas Jazz Bar. Os Luíses já tocavam juntos numa outra banda de blues eléctrico (A Mojo Hand), eu (Petra) era fã e o Pedro é irmão do Luís Ferreira. A ideia era pegar em autores mais obscuros ou temas pouco conhecidos e limpar-lhes o pó em formato acústico, um bocado como uma aula de História.

MIP: Celebram 10 anos de carreira. Que avaliação fazem do vosso percurso musical?
N. B.: É difícil avaliar esta década porque ainda nenhum de nós tem bem noção que passou tanto tempo. Como em qualquer relação (e uma banda é isso mesmo, não é?) temos tido os nossos altos e baixos, muitas transformações e muitas descobertas. Em tudo e por tudo, tem sido uma bela caminhada.

«decidimos que o caminho seria deixar de fazer arranjos e editar apenas material nosso»

MIP: A 27 de Janeiro irão editar “Donkey”. O vosso segundo disco, inteiramente de originais. Falem-nos um pouco deste álbum.
N. B.: Como o disco anterior, este Donkey levou um bom par de anos a começar a tomar forma e mais um tanto a ver a luz do dia. Depois do It’s Everybody’s Bizness Now, decidimos que o caminho seria deixar de fazer arranjos e editar apenas material nosso e nunca é linear, essa transição. É um disco marcado por muitas mudanças, tanto de sonoridade como pela mais óbvia, a da formação. Passámos de sexteto a quarteto e assumimos não só que era o formato acústico que queríamos mas também que o caminho não passava necessariamente por escrever exclusivamente blues. Abrimos a porta a tudo o que ouvimos.

«descobrimos a Burricadas que fica perto de Lisboa e que faz um trabalho que mais ninguém faz: recuperar e dar uma vida digna a burros velhos, maltratados e/ou abandonados»

MIP: “Donkey” é uma edição de autor, que foi possível através da plataforma crowdfunding. Todos os que contribuíram para esta campanha, ajudaram também a Associação Burricadas – Associação para a Preservação do Burro. Como surgiu a ideia de ajudar esta instituição?
N. B.: Desde que pensámos no disco que quisemos apoiar de alguma forma uma associação de preservação de burros. Inicialmente pensámos numa associação em Atenor, depois de uma visita do Pedro, que protege e visa integrar o burro Mirandês de volta ao quotidiano da aldeia, mas depois descobrimos a Burricadas que fica perto de Lisboa e que faz um trabalho que mais ninguém faz: recuperar e dar uma vida digna a burros velhos, maltratados e/ou abandonados, independentemente da sua raça. Achámos que podíamos contribuir dando-lhes visibilidade e apoio porque bem precisam. Afinal nunca será tão fácil acolher um burro abandonado como seria, num mundo perfeito, um cão ou um gato…

MIP: Para os apoiantes numa campanha crowdfunding há sempre vantagens / prémios. O que irão receber os vossos fãs?
N. B.: Tínhamos várias recompensas distintas que iam desde a edição digital a um concerto em casa, passando por serenatas, participação no teledisco, jantar com a banda, até à principal: a guitarra resonator do Luís Ferreira, que está connosco desde o primeiro EP.

«Vamos apresentar o disco ao vivo no próximo dia 2 de Março, no Teatro da Trindade em Lisboa»

MIP: Para quando apresentações ao vivo do disco?
N. B.: Vamos apresentar o disco ao vivo no próximo dia 2 de Março, no Teatro da Trindade em Lisboa e temos mais algumas datas na calha que iremos divulgar mais tarde através da página no facebook.

MIP: Objetivos para o futuro?
N. B.: Esperamos com este disco chegar a cada vez mais gente, poder apresentá-lo de Norte a Sul do país e começar já a pensar no próximo!

MIP: Curiosidade: como surgiu o nome do grupo Nobody’s Bizness?
N. B.: O nome foi escolhido pelo Catman, membro fundador da banda que entretanto se dedicou a fazer as suas coisas. É o nome de um clássico do início do século passado e se no início estranhámos, depressa entranhámos.

MIP: Que conselhos podem deixar a jovens que tencionem ingressar na música?
N. B.: Não se metam nisso! (risos)
Acho que não podemos dar grandes conselhos a não ser que trabalhem muito e que sejam teimosos, que não desistam à primeira e que façam o que fizerem por amor ao que fazem. Sejam honestos.

«nunca se fez tanta e tão boa música em Portugal»

MIP: De um modo geral, como definem atualmente a música em Portugal?
N. B.: Acho que como tudo neste momento, atravessa uma fase dura, mas ao mesmo tempo, nunca se fez tanta e tão boa música em Portugal. É um privilégio saber que se é contemporâneo de uma geração tão talentosa de músicos.


Acompanhe a banda em: facebook.com/NobodysBiznessMusic
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