Com o pretexto de apresentar o segundo longa duração da carreira, os Capitão Fausto subiram ao palco do LUX em Lisboa, na passada quinta-feira.

O espaço do auditório da discoteca mais balada da capital Portuguesa foi pequeno para acolher o mar de gente que quis presenciar in loco a estreia ao vivo das faixas que compõem “Pesar o Sol”. O atraso de mais de uma hora não demoveu os fiéis seguidores que literalmente transbordavam da sala.

O quinteto apresentou-se e durante a primeira metade do concerto houve uma certa distância que se foi
desvanecendo à medida que as músicas iam rolando, a conversa ia fluindo e o público ia-se soltando. A sonoridade Indie Rock Psicadélica remete os presentes para as décadas iniciadas por números ímpares, pois quer o progressismo dos Led Zepellin ou Pink Floyd são tão facilmente reconhecíveis como o aparente caos dos Pixies ou Sonic Youth.
Observar palco e plateia era ver os pequenos clubes onde esses nomes míticos cresceram ao vivo. Os jogos de luzes ajudaram a criar ambiente e a atitude sem preconceitos da banda fizeram com que a audiência delirasse. O crowd surf feito por elementos do público ou membros da banda foi apenas o reflexo de uma loucura coletiva que se apoderou dos presentes e fez vibrar os corpos ao som das epopeias em forma de canções. O novo disco desfilou, previsivelmente e bem, apenas com duas omissões, dando espaço a recordações pontuais como “Febre”, “Sobremesa”, “Santa Ana” ou “Verdade”.

Ao fim de mais de uma hora a banda despede-se, voltando para interpretar “Lameira”, tema que, tal como no disco, encerrou o concerto. Ao sair era a sensação de ter vivido 90 minutos intemporais que ciclicamente se repetem na história do Rock, mas de muito difícil previsão, pois consiste em testemunhar o nascimento de bandas míticas. A liberdade criativa remete-nos para muitos universos passados, mas serão os Capitão Fausto a ter de provar se conseguem manter a chama, ou se tal como aconteceu com outros nomes de culto do Rock Lusitano se desvanecem como um todo, deixando pedaços de brilhantismo individual em projetos efémeros. Por agora é aproveitar o momento e saborear o grande Rock que os Capitão Fausto nos presenteiam.

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