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Entrevista | The Lemon Lovers «um disco fresco e com potencial para definir o que aí vem»
The Lemon Lovers editaram no final de março o novo disco “Watching The Dancers”. O novo álbum foi gravado em fita analógica, um método pouco recorrente e quase abandonado desde a chegada do digital. Em entrevista a banda fala-nos desta opção de processo de gravação, bem como da tour europeia que realizaram, entre outros temas. 

The Lemon Lovers

Viver a vida do Rock´n´Roll juntos, enquanto não vêm os filhos e as artroses

Quem são os The Lemon Lovers?
São grandes amigos que partilham uma vontade imensa de fazer música juntos, e que querem viver a vida do rocknroll juntos, enquanto não vêm os filhos e as artroses. E penso que depois disso também, mas com filhos e dores no corpo.

Como surgiu o vosso projeto?
Nasceu de uma forma muito descomprometida, numa sala em construção, uma bateria e uma guitarra a um volume ensurdecedor e muita vontade de explorar sonoridades das quais achamos que em Portugal existem poucas referências. Só passado mais ou menos um ano é que começamos a encarar a banda como alguma coisa que queríamos que fosse uma parte significativa da nossa vida e do nosso dia.

Quais foram as vossas influências musicais para o “Watching The Dancers”?
As influências diretas para este disco vêm quase todas diretamente da terra do Tio Sam, claro que depois em pormenores sente-se a influência de sermos uma banda bastante eclética, e de referências tão distintas para cada um dos elementos ao longo da vida. Mas todos juntos colámos bastante nas novas cenas dos ‘The Arcs’ e dos ‘Alabama Shakes’.

O “Loud, Sexy & Rude” gravaram em Madrid e foi masterizado por Brian Lucey em Los Angels, com “Watching The Dancers” como se procedeu?
O “Watching The Dancers” foi gravado, misturado e masterizado nos Estúdios Sá da Bandeira no Porto. Foi um trabalho de duas semanas intensivas com um grande contributo do João Brandão que conseguiu ‘materializar’ as nossas ideias.

As referências de estética sonora que nós imaginamos para o nosso disco continuam a ser as dos anos 60 e 70

Porque optaram pelo processo de gravação deste novo disco em fita analógica?
O nosso objetivo era fazer um disco que as pessoas percebam que foi composto em 2016 mas as referências de estética sonora que nós imaginamos para o nosso disco continuam a ser as dos anos 60 e 70 e a melhor maneira é gravar como eles gravavam. Por outro lado, o workflow de gravar um disco em fita funciona muito bem connosco porque o ‘imediato’ ganha preponderância, muitas coisas foram gravadas só uma vez e muito dificilmente podem ser tocadas da mesma forma. De certa forma tudo se torna único, para o bem e para o mal.

Como descrevem “Watching the Dancers”?
É um disco fresco e com potencial para definir o que aí vem para o futuro da banda, o resto é opinião de quem o ouvir.

Podem-nos revelar o motivo da escolha do título?
Acho que neste caso não temos nada para revelar, o público simplesmente deve ouvir o disco e descobrir se essa posição que o título sugere, lhes cabe a eles, ou não.

Fizeram uma tour de quarenta dias em nove países e trinta palcos, concertos como o da Hungria esgotados. Como foi a experiência?
A experiência foi incrível. Até agora tivemos duas experiências europeias: “The 55 Bus Tour” que durou quarenta dias em nove países diferentes e a “Lost in Visegrad Tour” que realizámos em março deste ano em que nos centrámos em países como Polónia, Eslováquia, República Checa e Hungria. O concerto esgotado na Hungria foi um dos momentos altos da tour. Tivemos a oportunidade de pisar um dos melhores palcos de Budapeste e representar o nosso país para uma sala completamente lotada.

Com este novo álbum têm expectativas semelhantes, a nível de concertos?
Sim, com este novo disco temos expectativas muito altas no que diz respeito a concertos. Estamos já a trabalhar a agenda deste ano e do próximo. Temos metas novas por alcançar, temos novos sítios para explorar e queremos que este disco chegue ao maior número de pessoas possível.

A internacionalização é um dos vossos principais objetivos?
Um dos nossos principais objetivos é dar o máximo de concertos possíveis e Portugal não tem assim tantos sítios para tocar, ou seja, nesse sentido a internacionalização passa a ser parte desse objetivo. Para além disso dá um gozo muito grande tocar para públicos que culturalmente são diferentes e por isso reagem de forma diferente aos estímulos que vêm do palco.

Que mais ambicionam para o futuro da banda?
Chegar ao maior número de pessoas possível, continuar a fazer boa música com as pessoas que gostamos e fazer disto vida até ao dia em que os instrumentos forem pesados demais.

Estamos ansiosos por voltar aos palcos nacionais e estrear as novas canções ao vivo

Apresentam o novo disco no dia 22 de abril no Musicbox, em Lisboa, e no dia 29 de abril no Plano B, no Porto. O que poderemos esperar desses concertos?
Podem esperar dois concertos muito especiais. Estamos ansiosos por voltar aos palcos nacionais e estrear as novas canções ao vivo. Vamos pisar dois palcos importantes em Portugal e vamos dar o nosso melhor, como sempre. Apareçam para ver!

O tempo do rocknroll ser moda vai voltar

Como vêm neste momento o rock em Portugal?
Existem bandas de grande qualidade na cena rock portuguesa, as oportunidades não são muitas mas isto da música é cíclico e o tempo do rocknroll ser moda vai voltar.

Curiosidade: porquê o nome The Lemon Lovers?
Porque o primeiro transporte da banda cheirava imensamente mal, porque veio diretamente da sucata, e a solução foi um ambientador com cheiro a limão.

Entrevista: Sofia Reis

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