João Só está de volta aos discos, ainda que não exactamente com um trabalho de originais mas com um disco que trará novas e menos novas canções – uma compilação que reúne os seus melhores temas, alguns inéditos e ainda novas reinterpretações de alguns dos antigos.
No dia 12 de abril dará um concerto-festa no Tivoli, com inúmeros conviados.
A expectativa do João Só é clara: “No dia 12 quero dar uma festa, uma grande festa com canções, com amigos e muita gente com quem partilhar a alegria e o nervosismo que sinto sempre que piso qualquer palco. Como uma boa festa, revêem-se os velhos amigos e somos apresentados aos novos. “
E o João vai estar muito bem acompanhado por gente como Rui Veloso, Miguel Aráujo, Lúcia Moniz, André Sardet, Nuno Rafael, Benjamim, Joana Almeirante e Nuno Markl. E com canções, grandes canções, essas que fazem o “miúdo” mexer-se desde sempre: “Sorte Grande”, “Canção de Isqueiro”, “Até ao fim”, “A Marte”, “Não é verdade”…; mas também as que se estrearão em palco como “Já lá vai”, “Coração a arder” ou o novo single “Quando te calas”.
“Quando te calas” é uma canção de desamor. Uma das suas poucas canções de desamor. Desamor adolescente de silêncios e procuras. Desamor alimentado com desconforto e a incompreensão do outro. Um desamor “on the road” que faz seguir caminhos novos à procura da alegria e dos dias soalheiros. Um desamor que na América se poderia chamar blues, de guitarra slide que arrasta consigo uma voz cansada, enquanto desenrola um novelo de preocupações e ansiedades. Desamor no deserto, claro. Desamor num universo melancólico e “angustiado”. Com a produção de João Bessa.
[LETRA] Quando te calas – João Só
Não te vais importar
Que não siga esse tom
Por mais baixo que seja
Cantarei sempre com
A alegria da chuva
Torrencial
E a calma da noite
Perdida num vendaval
E assim seguiremos
Por caminhos cortados
Rasgados há tempos
Por este amor mal amado
E assim continuo
Sem regras nem escalas
escrevo a tua voz
Mesmo quando te calas
Não me leves a mal
Esta insatisfação
O coração mais alto
Também vai ao chão
Na dor da manhã
De luz que incendeia
Na fúria da noite
Da brisa que passeia