Home   /   Sem categoria  /   Reportagem | CCB encheu para ouvir Maria Ana Bobone
Reportagem | CCB encheu para ouvir Maria Ana Bobone
Maria Ana Bobone fez encher o grande auditório do CCB na noite de 10 de Outubro em Lisboa, e com a sua voz aconchegou todos os presentes naquela noite fria.

Abriu o concerto de guitarra ao colo, acompanhada por Eurico Machado (guitarra portuguesa), Pedro Pinhal (viola de fado) e Rodrigo Serrão (contrabaixo); e desde logo conquistou o público.
Antecedendo “Estranha Forma de Vida” demonstra a importância de Amália para si, descrevendo-a como uma “força inspiradora”. Depois de “Grão de Arroz” segue-se um tema que Bobone diz ser bastante apropriado: “Mariana”, mesmo antes de chamar a palco a primeira convidada, a violinista Maria Balbi.

Maria Ana Bobone quis animar o concerto e conseguiu com temas como “Fado Xuxu”, em que o Fado se conjuga com ritmos tipicamente brasileiros, e com “Namorico da Rita”.
Do reportório de Amália seguiu-se ainda “Barco Negro” já com acompanhamento de Andrés Perez na percussão e cedendo o lugar que havia ocupado ao piano a António Palma.
E porque “num concerto nunca pode faltar este momento”, houve ainda tempo para uma ‘guitarrada’ em Fado Lopes pelos virtuosos músicos em palco.

O momento de entrada em palco de Café Quarteto [composto pela líder Maria Balbi no violino, Maria José Laginha (violino); Pedro Meireles (violeta) e Guenrikh Elesin (violoncelo)] foi um dos mais bonitos a nível visual dado que no primeiro tema tocado em conjunto o quarteto de cordas encontrava-se por detrás do “pano”, que se fez subir ao final do tema “Nome de Mar” para revelar os quatro músicos.

Maria Ana Bobone chamou ainda a palco a pessoa que a ensinou “a gostar de Fado”, que referiu “aos 16 anos não se gosta de Fado”. Falamos de João Braga, com quem a fadista interpretou um tema. Momento emocionante.

Maria Ana quis ainda destacar de entre quem a acompanha em palco, Rodrigo Serrão, músico, director musical, produtor, criador de várias capas dos seus discos e amigo, das pessoas que a apoiam nos “bastidores e na vida”. Destacou ainda a mãe de sorriso emocionado no rosto.

O momento do tão anunciado dueto com Mikkel Solnado, “If the Stars Were to Waltz” chegou perto do final do concerto, com a cantora a aproveitar o momento para contar que o seu próximo disco “não terá Fado e será todo em inglês”, estando previsto ser editado em meados de Novembro.

A artista referiu por diversas vezes que queria personalizar o seu concerto no grande auditório do CCB, e conseguiu, de uma forma única. Levou o Fado tradicional, bem como o Fado conjugado com os mais variados estilos aos quais Maria Ana se encaixa, nunca perdendo a delicadeza à qual nos habituou.
Um concerto único que marca os 20 anos de carreira de Maria Ana Bobone. O público gostou, e tal como ao longo do concerto, no final aplaudiu efusivamente a cantora. Com a plateia toda de pé a agradecer tão belo concerto, seguiu-se o encore. A noite fria, não se fez sentir, com a voz quente de Maria Ana Bobone.

Texto e fotos: Márcia Filipa Moura

 

Siga-nos no Facebook e no Twitter.

Related Article