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Reportagem | José Cid desfila 3 horas de Rock no Campo Pequeno

José Cid voltou ao Campo Pequeno na época Natalícia de 2013, para gravar um DVD ao vivo e demonstrar que mesmo com mais de 70 anos de idade, consegue entreter uma casa cheia durante cerca de três horas. O músico percorreu o seu vasto catálogo que vai desde o Rockabilly dos anos 50, às baladas épicas, passando mesmo Rock Sinfónico.

Mas começando no início, José Cid entrou sozinho em palco pelas 22h para ao piano tocar “Menino-prodígio” o tema título do seu próximo disco e que sugere um regresso ao Rock Clássico com letra autobiográfica. Êxitos como “Cai Neve em Nova York” ou “20 Anos” aparecem cedo no alinhamento e o público corresponde, cantando os sobejamente conhecidos refrões. O tema menos comercial “Mellotron, o Planeta Fantástico” enche a sala com sons de Rock Progressivo e é acompanhado pela promessa da gravação de mais um disco do estilo, depois da aclamação da crítica do disco “10 000 Anos entre Vénus e Marte”.
Após os clássicos obrigatórios “Na Cabana”, “Um Grande, Grande Amor” e “O Rei Fez Anos”, surgem

temas novos como o single “MarIlyn” ou o contagiante “Rapazes do Campo” que com a sua temática divertida consegue um coro impressionante para tema inédito. “Lobo Mau” é um belíssimo momento de interação entre músico e público que antecede a apresentação de Zé Perdigão em palco para a interpretação de “Aranjuez”, tema que casa na perfeição as culturas lusitanas e Castelhana em que nem a Gaita de Foles faltou.

Seguiu-se uma viagem pelo Rock dos anos 50 que lembram os sons muito Americanos de “Um Rock, Velhos Tempos” ou “Rock Rural” a que se seguiu o popular “Favas com Chouriço”, tema interpretado em jeito de contador de histórias. O desfile de sucessos não parou até “Como o Macaco Gosta da Banana”, durante o qual bolas gigantes navegaram pela plateia, enquanto todos entoavam a letra da conhecida música.  Depois de se despedir, José Cid, voltou ainda para repetir três dos seus temas mais marcantes: “20 Anos”,
“Um Grande Amor”, “Nasci P’ra Música”, esta última com Zé Perdigão a regressar ao palco e uma chuva de confettis a inundar a plateia.

Após três horas de canções era notória a satisfação de todos os que encheram a sala Lisboeta para celebrar as composições do ‘Tio’ do Rock Português. É verdade que o seu reportório conta com inúmeras adaptações de temas do Rock Norte-Americano, gravados com letra em Português, facto assumido e que acima de tudo demonstra a vasta cultura musical do artista natural da Chamusca. Mas o que mais impressiona é a longevidade e frescura com que tantas gerações entoam clássicos de várias décadas e que continuam a dar ao seu autor motivação para continuar a compor apesar da avançada idade. Sempre acompanhado por excelentes músicos, José Cid é o que Portugal mais parecido tem com um Elton John ou Billy Joel, e assistir a um concerto seu deveria ser obrigatório para qualquer músico ou amante de música, pois goste-se ou não, a entrega, à vontade e entusiasmo do mítico cantor são uma lição para qualquer um. Aliando um talento nato para refrões orelhudos, experiência como músico e um à vontade contagiante como entertainer.

José Cid é um nome incontornável da música Nacional, continuando a dar cartas no Rock feito em Português.

Texto por: Pedro Pico
Fotos: Pedro Pico e Márcia Filipa Moura

Mais fotos do concerto aqui: facebook.com/madeinportugalmusica

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