Mário Laginha apresentou-se na sexta-feira passada no CCB. Apesar da chuva, o pequeno auditório esteve cheio e por uma boa causa.
O Trio apresentou temas dos seus discos “Espaço” e “Mongrel Chopin” bem com temas mais recentes, incluindo um inédito.
O concerto foi sublime: com músicas originais e variadas, de ritmos como swing, funk, drum and bass, 7/8, fado com sabor a guajira, entre outros. Como era de esperar, Mário Laginha voou literalmente sobre os seus temas, feliz e grato para com os seus músicos e o público presente. A sua alegria transbordava nas passagens em que parecia não ter dificuldade alguma em dar forma e desenvolvimento a solos incrivelmente claros e significativos.
Por seu turno o contrabaixista Bernardo Moreira esteve muito bem: os uníssonos de contrabaixo e mão esquerda do piano resultaram em pleno. De destacar, também, os seus solos, sobretudo no final do concerto. Por seu lado, Alexandre Frazão, com o seu set de bateria-percussão, mostra uma voz própria e desenvolvida, muito desfrutável, sobretudo quando utiliza as escovas.
A música de Mário Laginha voa alto. A sua contemplação do “Espaço” tem influência não só no seu disco, mas também nas interpretações quotidianas onde as ideias musicais encontram um lugar íntimo e imenso.
Grato com o seu público, o Trio tocou vários temas após anunciar a última obra. Isso mostra a humildade e ternura que estes músicos oferecem através da sua música. Oxalá haja muitos mais concertos como este.
