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Reportagem | Moonspell provam estar longe da “Extinção”

Com o pretexto da apresentação ao vivo do último disco de originais “Extinct” dos Moonspell, a comunidade Metaleira de Lisboa desceu ao coração da cidade para encher o Coliseu dos recreios na noite de 27 de Março de 2015. Os que chegaram mais cedo puderam ver os Portugueses Bizarra Locomotiva que, com a presença de Fernando Ribeiro dos cabeça de cartaz numa das músicas, souberam aquecer as hostes. Seguiram-se os Gregos Septicflesh que apoiando-se em samplers para criarem atmosferas sinfónicas carecem de alguma vitalidade e força na sua apresentação ao vivo.

Pelas 23 horas, depois de um pano cair a cobrir o palco, a audiência começa a esvaziar o bar e a encher por completo a sala nobre Lisboeta. As luzes apagam-se e à projeção da capa do disco “Extinct” junta-se a versão instrumental do tema “La Baphonette” a que se sobrepõe a voz feminina muito British que abre o documentário “Road to Extinction” (que acompanha o disco) e que define o conceito central do último longa duração. Os elementos da banda sobem então ao palco um a um e abrem o concerto com “Breathe (Untill we are no more)”, seguido de “Extinct”, os dois temas que abrem o disco a ser apresentado. E se durante a primeira música os presentes estranharam, na segunda renderam-se ao som melódico, gótico e forte que domina o álbum. Depois dos primeiros
“Boa noite Lisboa” ao som de novos temas, tempo para recuar a 2008 e ao tema título do disco “Night Eternal” a que se seguiu uma incursão a 1996 e ao disco “Irreligious” com “Opium” e “Awake!” a constituírem o primeiro grande momento da noite com Fernando a puxar pela audiência nos tradicionais “Heys” de mãos ao alto.

De regresso ao disco a ser apresentado, “The last of us” serviu para retemperar as forças, enquanto “Medusalem” confirma a boa forma em que se encontra Ricardo Amorim, inflamando os temas com solos de guitarra poderosos. “Raven Claws” trouxe a primeira convidada da noite: Mariangela Demurtas, vocalista Italiana da banda Norueguesa de Doom/Gothic Metal Tristania, emprestou os seus coros agudos que encaixaram na perfeição a mais um solo de guitarra do endiabrado Ricardo Amorim.

De regresso à apresentação do disco “Extinct”, ouviram-se “Funeral Bloom”, “Domina”, “Malignia” e ”The future is dark”, esta última a culminar com uma chuva de confetis a caírem sobre o guitarrista num solo de guitarra que deixou todos os presentes estupefactos. Tempo para mais um convidado se juntar à banda, Rui Sidónio dos Bizarra Locomotiva apresenta-se num dueto impressionante com os dois vocalistas a cruzarem as vozes para interpretarem “Em nome do Medo”, tema amplamente aplaudido e que constituiu mais um dos pontos altos da noite. Apesar dos estilos visivelmente distintos, com Fernando Ribeiro a apresentar-se com uma indumentária Metal mais tradicional, enquanto que Rui aposta num look menos formal, a intensidade que depositam na interpretação é igualmente massiva.

O vocalista Fernando Ribeiro não enganou o público quando logo no início anunciou que o concerto estaria recheado de temas novos, prova disso foram as 8 composições do último registo de originais que desfilaram entre as 12 primeiras músicas do concerto. Mas chegada à reta final, era tempo de fazer um regresso ao passado e ouvirem-se os hinos que celebrizaram os Moonspell. Com o pretexto da comemoração dos 20 anos do primeiro longa duração da banda “Wolfheart”, desfilaram “Vampiria”, o celta e tribal “Ataegina” e o obrigatório “Alma Mater” que encerrou o set principal do concerto com o vocalista a transportar uma bandeira Lusitana.

Depois de uma curta pausa, o encore trouxe mais três temas dos primeiros discos: “Wolfshade (A Werewolf Masquerade)”, “Mephisto” e o eterno cair do pano nos concertos dos Moonspell: “Full moon madness”. E foi assim, ao som de grandes êxitos dos dois primeiros discos, que a banda abandonou o palco, não sem antes se despedir com infindáveis cumprimentos ao público.

A assinalarem 23 anos de carreira, os Moonspell revelaram-se frescos e com vontade de mostrar as suas últimas composições, que juntamente com os temas dos dois primeiros discos constituíram cerca de 90% do repertório apresentado.
A banda demonstrou uma incrível frescura e vitalidade apesar de este já ter sido o décimo sexto concerto de uma maratona de 22 sem descanso. Foi no entanto especial a noite de Lisboa, não apenas pelos convidados, mas pela interatividade na língua mãe da banda, assim como o desfilar de temas que nem sempre foram ouvidos em paragens anteriores. Seguem-se mais 6 paragens pela Europa antes da banda partir para os Estados Unidos para mais uma maratona de concertos.
É assim com uma agenda preenchida que a banda Portuguesa com maior reconhecimento internacional se encontra em 2015, cheia de força e energia e com mais um disco no topo da tabela de vendas em Portugal.

Texto: Pedro Pico
Fotos: Catarina Graça
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