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Reportagem | Último dia do Bons Sons ’15: até para o ano Cem Soldos!
O corpo já sente o peso de três dias passados no Bons Sons. Os campistas levantam-se mais tarde, mas o reboliço de desmontar tendas e arrumar malas começa, devagar, a fazer-se notar, afinal, o dia que se segue é dia de trabalho e muitos preferem despachar já as arrumações para poderem aproveitar o Festival até às últimas gotinhas antes de se fazerem à estrada de volta a casa.

As caras já se conhecem, na aldeia o ambiente é de alegria e melancolia, afinal, nestes quatro dias fizeram-se amizades, trocaram-se números de telefone e adicionaram-se amigos no facebook.

Mas a melancolia não ultrapassa a excitação de mais concertos que vão encher o dia.

Para abrir o dia Janeiro, logo seguido de Tio Rex e João Berhan, três projectos distintos mas com algo em comum, o sinal de que a juventude músical portuguesa tem muito potencial, não só como cantores, mas também como autores de música independente de grande qualidade, e isto só para começar a abrir os apetites musicais.

Com o correr da tarde Daniel Pereira Castro trouxe para o palco Outonalidades sons da música tradicional portuguesa e com carinho refere o grande Zeca Afonso pelo seu trabalho em mostrar que é possível fazer grande música portuguesa, a seguir Tó Trips, que já tinha estado presente com o seu outro projecto Timespine no dia anterior, trouxe a sua mestria na guitarra.

A noite começa a cair e os Retimbrar puseram o povo da aldeia – onde neste dia já se incluem os festivaleiros – a dançar com as suas sonoridades tradicionais portuguesas e com percursões que trazem memórias das aldeias deste Portugal.

Com a noite a ganhar ritmo, os peixe : avião trouxeram a sua identidade indie-rock para o palco Eira e abriram caminho para um dos cabeça de cartaz da noite, Camané, o fadista que já não necessita de apresentações e que mostrou que é possível um festival juntar dois estilos de músicos tão distintos, porque a qualidade musical é uma linha coerente.

Para fechar a noite, os Long Way To Alaska trouxeram as suas melodias de fim de tarde de Verão para um público que mal pode esperar pela edição do próximo ano.

Os mais resistentes, ou os que ainda puderam ficar, tiveram ainda direito a um pézinho de dança ao som do set do DJ Tenreiro.

Assim, desligaram-se os holofotes, arrumaram-se os instrumentos e os microfones e os festivaleiros despediram-se da aldeia. Para o ano há mais, e pelo que se ouvia no meio da multidão, muitas caras vão repetir-se.

Cem Soldos acalma-se mas não morre, porque a edição do ano que vem tem que se começar a construir. E nós lá estaremos. Porque o Bons Sons não foi só música, nem só aldeia, o Bons Sons foi e é uma experiência.

Fotografia de:
Ana Marques
Tiago Alves Silva

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