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Faleceu Ricardo Camacho, músico dos Sétima Legião
Faleceu hoje, 04 de julho, Ricardo Camacho aos 64 anos, vítima de cancro do pulmão.
Morreu Ricardo Camacho - sétima legião
Ricardo Camacho

Foi produtor, compositor e músico da banda Sétima Legião. Fundou a editora Fundação Atlântica, com Pedro Ayres Magalhães e Miguel Esteves Cardoso e era médico de profissão. Dedicava-se à investigação da sida, no Rega Institute for Medical Research, em Leuven, na Bélgica, país onde vivia. Trabalhou ainda como realizador de programas radiofónicos.

Como teclista dos Sétima Legião, banda ativa entre 1982 e 2000, Ricardo Camacho produziu o primeiro álbum da Sétima Legião “A Um Deus Desconhecido”.

Produziu também outros discos como: “Foram Cardos, Foram Prosas” de Manuela Moura Guedes, “Estou Além” de António Variações, “Remar Remar” dos Xutos & Pontapés, tendo também colaborado com outros nomes da música como GNR e UHF.

António Manuel Ribeiro, vocalista dos UHF, escreveu no seu facebook um texto em que recorda Ricardo Camacho. Segue o texto na íntegra:

«O Ricardo que eu conheci

O madeirense de sotaque cerrado, discreto, culto e musicalmente muito informado, foi assim que conheci o Ricardo Camacho nos corredores do Rádio Clube Português, onde ele colaborava em selecção musical, quando os “Cavalos de Corrida” deixavam rastos de poeira por onde passavam, no Outono de 1980. Ficámos amigos, ambos maravilhados com o LP “Boy” dos U2. Dizia ele que o ano “pertencia ao U”.

Na capa interior do LP “À Flor da Pele” está registado um abraço pelos conselhos que nos proporcionou. Já nessa altura se percebia que o Ricardo iria entrar na música activa. Debatemos muitos truques de produção. Quando se começa é assim, queremos experimentar tudo o que a parafernália tecnológica nos proporciona. E ele tinha muita música no seu conhecimento.

Conduzia um pequeno Mini (a história da garrafa de uísque na gravação da canção “Ébrios (pela vida)” está contada no meu livro “Por Detrás do Pano”), visitámos a noite de Lisboa, seguiu-nos em concerto, assistiu à alegria e às diatribes dos UHF nesse tempo de navegantes e achamentos – ofereceu conselhos.
A Sétima Legião foi o passo natural de um jovem que conciliava os estudos na Faculdade de Medicina com a produção musical, a composição e os teclados que ajudaram a erguer o som da 7.ª.
Dizemos sempre bem dos que partem, mas, apesar de já não o ver há um ror de anos – estava profundamente dedicado à investigação no campo da medicina – já sinto saudades daquele sotaque pausado, ilhéu, olhar franco, discreto.

Uma noite, em 1987, subi com a 7.ª ao palco da Incrível Almadense para tocar com eles a canção “Glória”. À tua».

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