Ricardo Ribeiro junta-se ao produtor Agir para dar vida a “Má Sorte”, uma canção que nasce das suas raízes no fado e world music, mas que ganha corpo com uma produção musical com sonoridades contemporâneas.
Escrita como uma canção de amor, “Má Sorte” explora a nossa relação com o destino. A sua sonoridade é familiar a quem conhece o fado de Ricardo Ribeiro, mas ao mesmo tempo surpreende até os seus mais fiéis ouvintes. Há influências de quem encara a vida e a sua música com os olhos postos no Mediterrâneo, um fado de olhos virados ao nosso leste, a latitudes que vão do Médio Oriente ao Norte de África e à Ibéria, tudo conjugado com uma produção atual e fresca.
Já a letra e a temática da canção partem de um pensamento do artista; de que todo o mundo é feito de contrastes e dualidades – o bem e o mal, a sorte e o azar – são iguais em natureza e para um existir o outro também tem de se manifestar.
O videoclipe é uma realização de André Caniços, numa viagem por lugares que marcaram a vida do artista: o Bairro da Ajuda em Lisboa onde cresceu, lá visitamos a casa onde viveu e a sede do Sporting Clube do Rio Seco, clube desportivo que o seu pai co-fundou; No Alentejo vamos até à aldeia de Cabrela – os seus montes e as suas gentes – onde Ricardo Ribeiro vive atualmente, onde construiu e cimentou uma comunidade e uma família. Vemos a cidade e o campo, o lisboeta e o alentejano, que se fundem numa só pessoa.
Ricardo Ribeiro – Má Sorte [LETRA]
Já minha mãe me dizia
Filho tu tem cuidado com a sorte
Olha que um dia não volta mais
Diz que o tempo cura feridas
Mas nem sempre é verdade
Nem todo o mal vai passar
Trocaste-me as voltas
Voltas que dei pra
cair nos teus braços
Cair nos teus braços
Fiquei com as sobras
Sobras que dás
por me quereres em pedaços
É só em pedaços me dou
Andas a brincar com a sorte
E de tanto brincar
Eu vou morrendo aos poucos
E de tanto brincar
Hei-de morrer no teu corpo
E eu sei que já é tarde
E que chegamos a um ponto sem retorno
E a sorte será d’outro
Andas a brincar com a sorte