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Trêsporcento «É um álbum menos rock mas com um lado mais experimental»

“Território Desconhecido” é o terceiro longa-duração dos Trêsporcento, editado em abril deste ano.

Em entrevista a banda desvenda-nos um pouco mais deste trabalho discográfico que sucede a a “Hora Extraordinária” (2011) e “Quadro” (2012), tendo estes sucedido ao EP de estreia “Trêsporcento” (2009).

Trêsporcento @ Bons Sons '15 // Photography by Ana Marques

Trêsporcento

 

Nos últimos três anos editaram um disco ao vivo, lançaram dois novos singles, mas só agora, cinco anos depois de editarem “Quadro”, lançam um novo trabalho discográfico. Porquê este processo de gravação mais espaçado que o habitual?
O disco “Lotação 136” foi gravado ao vivo e lançado em 2014, marcando o fim de um ciclo criativo que englobava o EP e os dois primeiros álbuns.
Após a produção desse disco, precisámos de um tempo para redefinir o nosso caminho enquanto banda. Paralelamente, devido a várias alterações a nível pessoal, principalmente à mudança do Tiago para Sidney, tivemos de aprender um novo método de colaboração que não passasse pela apenas pela sala de ensaios. Esta adaptação à nova realidade da banda levou algum tempo, mas permitiu-nos crescer bastante, principalmente na forma de pensar e compor as novas musicas.

Trêsporcento — «É um álbum menos rock que os anteriores e com um lado mais experimental»

Em relação aos anteriores discos, que diferenças irá o público encontrar neste novo disco?
Este disco foi produzido durante 6 meses, onde estivemos regularmente em estúdio a destruir e reconstruir músicas. Essa abordagem foi bastante marcante e diferente para uma banda que estava habituada a gravar álbuns numa semana. Esta nova realidade de produção permitiu explorar novos caminhos e sonoridades que até então nunca tínhamos experimentado.
É um álbum menos rock que os anteriores e com um lado mais experimental, onde os arranjos de vozes e instrumentais tiveram tempo para maturar e crescer, não perdendo nunca o cunho de Trêsporcento.

E que “Território Desconhecido” é este que nos apresentam? Desvendem-nos um pouco mais.
A produção ficou a cargo do Flak e as músicas foram todas gravadas no estúdio do Olival. O tempo alongado que estivemos a trabalhar em conjunto permitiu criarem-se as condições para que nascesse uma confiança mútua originando uma liberdade criativa muito ampla. Escusado será dizer que demos carta verde ao Flak para compor muitos dos arranjos, criando sonoridades muito distintas das que faziam parte do reportório dos Trêsporcento.

Trêsporcento — «Fazemos música simplesmente porque nos dá gozo»

Para o futuro, quais as vossas ambições?
Neste momento, a principal ambição é dar a conhecer este novo trabalho ao público. Iniciámos a apresentação do disco no dia 20 de abril no Estúdio Time Out em Lisboa e vamos continuar a dar concertos espalhados pelo país.
Depois é continuar a fazer música. A nossa ideia é que cada disco que a banda produza seja melhor que o anterior. E julgamos que isso tem acontecido. O nome Trêsporcento já faz parte do panorama indie português e isso dá-nos muito alento para continuar.
Nenhum de nós vive da música, fazemos música simplesmente porque nos dá gozo, e por isso fazemos apenas aquilo que queremos e da forma que queremos e/ou vamos podendo. Quando um dia sentirmos que o que fazemos já não nos dá gozo, então é altura de ponderar a nossa continuação. Por enquanto, a vontade é de voltar para estúdio assim que podermos, porque julgamos que se abriram novos caminhos para os Trêsporcento.

Que avaliação fazem dos vossos 8 anos de carreira?
Tem sido um caminho de crescimento e de muita satisfação. Começámos com uma produção quase caseira no EP, que por mão de alguém, uma das musicas passou na Radar e desde aí tem sido um crescimento constante, sem grandes picos, à nossa medida. Hoje olhamos para trás e vemos um grupo de amigos que fazem, e sempre fizeram, música apenas pelo gozo de a fazer e que consegue manter-se unido apesar das dificuldades e vicissitudes da vida do dia-a-dia, fazendo crescer o nome Trêsporcento na cena musical portuguesa.

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