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Cara de Espelho estreiam-se com os singles “Corridinho Português” e “Político Antropófago”

“Corridinho Português” e “Político Antropófago” são os temas que marcam a estreia de Cara de Espelho, o novo projeto da música popular portuguesa que reúne alguns dos nomes mais relevante e criativos da música nacional dos últimos anos, oriundos de projetos como Deolinda, Ornatos Violeta, Gaiteiros de Lisboa, A Naifa, Humanos, entre outros.

O tema “Corridinho Português” assume-se como uma recriação da identidade musical tradicional resignificada com arranjos modernos e uma letra acutilante, que é também um comentário interventivo num mundo povoado de divisões religiosas, políticas, identitárias ou étnicas. Se a diversidade é a riqueza que nos constitui, “que tal juntar a malta numa boa / a um corridinho de Lisboa / volta e meia e roda o par”? Como lembrava o Zeca, faz mesmo falta avisar e animar a malta. Especialmente neste tempo hostil onde é mais triste “quem fica a ver dançar”.

Já o single “Político Antropófago” desvenda outra faceta da identidade do projeto, mais soturna e nebulosa, e que em tons menores nos fala dessa criatura necrófaga que “crava a unha, carne, pele e osso / ferra o dente sedenta no pescoço”. Olhos atentos a esta personagem do assombro, de fúria gulosa e alimentada pela TV onde “na régie querem sangue, pedem sangue”. Voltamos ao Zeca que toda a cautela é pouca para estas criaturas famintas que “comem tudo e não deixam nada”.

Os vídeos de “Corridinho Português” e “Político Antropófago” são da autoria e coordenação de Joana Brandão, com composição, edição e grafismo de Maria Inês Carrola e Ricardo Madeira.

“Corridinho Português” foi feito através da edição de várias imagens recolhidas pelo fotógrafo Rui Palha que acentua a diversidade e colagem de rostos, corpos, expressões e movimentos que ilustram e reforçam a diversidade que nos forma como comunidade e de que fala a música e a letra.

Já em “Político Antropófago” representa-se a espetacularização dos novos e velhos populismos e a forma como nos procuram remeter à condição de espetadores perante uma necro-política banalizada pelo poder mediático e as suas representações.

Quem são os elementos de Cara de Espelho?

O novo projeto da música portuguesa parte das palavras e composições de Pedro da Silva Martins (autor e compositor de Deolinda, Ana Moura, António Zambujo, Lena d ́Água), às quais se associam as construções de instrumentos de Carlos Guerreiro (Gaiteiros de Lisboa, José Afonso, Fausto, GAC), o baixo de Nuno Prata (Ornatos Violeta), as guitarras de Luís J Martins (Deolinda, António Zambujo, Cristina Branco) e as percussões de Sérgio Nascimento (Sérgio Godinho, David Fonseca, Humanos, Deolinda) para servir a voz profunda, envolvente e inconfundível de Maria Antónia Mendes (A Naifa, Señoritas).

Com a estreia dos dois singles, o grupo antecipa o início de percurso criativo que os levará ao lançamento do álbum de estreia, com previsão de lançamento para janeiro de 2024 e às primeiras apresentações ao vivo do projeto, agendadas para início desse mesmo ano.

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