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Faleceu a atriz Maria João Abreu

Faleceu, esta quinta-feira, a atriz Maria João Abreu, aos 57 anos, na sequência de um aneurisma.

A atriz estava internada, há vários dias, no Hospital Garcia da Orta, em Almada, depois de ter sofrido um aneurisma cerebral nas gravações da novela da SIC “A Serra“.

Uma das mais queridas atrizes do público português, nasceu em Lisboa em 14 de abril de 1964. Iniciou a carreira profissional no teatro, mas foi na televisão que se tornou conhecia (e reconhecida).

Com quase 40 anos de carreira, Maria João Abreu trabalhou também no cinema.

O funeral da atriz será no dia 15 de Maio, sábado, pelas 11h00 na Igreja São João de Deus, na Praça de Londres, em Lisboa. A missa irá realiza-se às 17h00 e a saída da Igreja está marcada pelas 18h00. O corpo seguirá depois para o crematório Alto de São João às 19h00.

O percurso de Maria João Abreu

Estreou-se como atriz profissional em 1983 no musical “Annie”, no Teatro Maria Matos, sucedendo-se vários outros espetáculos de revista no Parque Mayer, nomeadamente na Casa da Comédia, em “O Último dos Marialvas”, de Neil Simon, peça de 1991, que lhe deu a visibilidade e reconhecimento como atriz de comédia.

Depois de várias espetáculos de revista, sobretudo no Teatro Maria Vitória e no antigo Variedades, passou pelo Teatro Aberto, onde trabalhou com João Lourenço em “As Presidentes”, de Werner Schawb, e com José Carretas, em “Coelho Coelho”, de Celine Serreau. Integrou também “Bolero” com Manuel Cintra e José Carretas.

No ano de 1998 fundou com o ator José Raposo (com quem estava casada desde 1985 até 2008), a produtora Toca dos Raposos, responsável por sucessos como a revista “Ó Troilaré, Ó Troilará” e o musical “Mulheres ao Poder”, uma adaptação da “Lisístrata”, de Aristófanes.

Ainda nesse ano integrou a série televisiva “Médico de Família” (1998-2000) com a personagem Lucinda, uma empregada doméstica com sotaque nortenho, tendo sido uma das protagonistas.

No cinema, a estreia aconteceu-se em 1999 com o filme “António um rapaz de Lisboa”, de Jorge Silva Melo, seguindo-se depois participações em “Amo-te Teresa”, de Ricardo Espírito Santo e Cristina Boavida, “Telefona-me”, de Frederico Corado, e “A Falha”, de João Mário Grilo.

Mais recentemente, participou nos filmes “Call Girl” de António-Pedro Vasconcelos, “Florbela” de Vicente Alves do Ó, “A Mãe é que Sabe” de Nuno Rocha e “Submissão” de Leonardo António.

A partir de 2000 entrou em produções como “Tem a palavra a revista”, “A revista é liiiinda!”, “Isto é Parque Mayer” e “Já viram isto?!”, “O estádio da nação”, “As encalhadas”, “Eu conheço-te”, de Heitor Lourenço, e “Pobre milionário”.

Fez também, num registo diferente de comédia e Revista, nos Artistas Unidos, “Cada dia a cada um a liberdade e o reino”, uma conceção de Jorge Silva Melo a partir de textos Almeida Garrett, Passos Manuel, Sá Carneiro, Henrique de Barros e Sophia de Mello Breyner Andresen, entre outros autores.

Em 2012 integrou a peça “O Libertino” de Eric-Emmanuel Schmitt, dirigida por José Fonseca e Costa, no Teatro da Trindade. Dois anos mais tarde entrou na revista-musical “Portugal à gargalhada”.

Quando passavam 40 anos sobre o 25 de Abril, participou na encenação de “Coragem hoje, abraços amanhã”, de Joana Brandão, peça concebida sobre testemunhos, cartas e memórias de mulheres presas e torturadas pela PIDE, a polícia política da ditadura do Estado Novo. Foi ainda uma das “Mulheres de Abril” no episódio da série “Uma Calma e Lânguida Primavera”.

Seguiram-se, nos palcos, “Uma mulher sem importância” em 2015 e “Boas pessoas” em 2016.

A sua última participação no teatro aconteceu no ano de 2019 com “Sonho de uma noite de verão” no Tivoli, contracenando com o ex marido e com Miguel Raposo, um dos filhos do casal.

Na televisão integrou várias telenovelas, como: “Sul”, “Paixão”, “Amor Maior”, “A Casa é Minha”, “Mar Salgado”, “Os Nossos Dias”, “Mundo ao Contrário”, “Sentimentos”, “Feitiço de Amor”, “Jardins Proibidos”, “Morangos com Açúcar” e “Golpe de Sorte”, novela emitida entre 2019 e 2020, da qual foi a protagonista principal.

Atualmente gravava a telenovela “A Serra” e a série “Patrões fora”, ambas para a SIC.

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