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EN1 ouvem-se com leveza em temas com melodia, solos de guitarra e bateria vibrante [Crónica]

“Cultura, precisa-se!” é o nome da crónica Adeus Que Me Vou Embora de Paula Viana para o Garband. A banda em destaque é os EN1.

Adeus Que Me Vou Embora

uma Crónica por Paula Viana

Cultura, precisa-se!

As novas gerações têm tido um papel fulcral no renascimento de novas formas de ser e de estar. Os millennials abriram caminhos ousados com uma facilidade inesperada. Esta geração que nasceu de braço dado com as tecnologias, em décadas financeiramente mais abastadas, com fácil acesso à informação e aos bens materiais entendem a vida de uma forma mais facilitista, simplista talvez, o que não tem de ser necessariamente mau. Estas novas gerações trouxeram consigo a simplicidade, a flexibilidade e a positividade. O chamado keep it simple.

Graças aos millennials a criatividade e a imaginação deram um salto quântico sem culpas, sem dramas, sem estigmas. Estes jovens dizem o que pensam e agem, sem rodeios, sem artifícios com tudo o que isso possa ter de bom e de mau. Esta abordagem aberta ao mundo permite-lhes libertar espaço na mente para tornarem a vida mais leve e fluída. São instruídos, interessam-se pela arte e pela cultura, têm uma visão globalizada do mundo.

Leiria também é assim. Uma cidade jovem, desprendida onde a arte e a cultura é convidada de honra. Em 2019 foi designada pela UNESCO como Cidade Criativa na área da música, um núcleo de peso na arte e na cultura portuguesa que continua a viver dias nublados. Leiria pode não ser uma capital europeia cosmopolita a que já estamos habituados a sentir o fervilhar da arte urbana, o que não significa que não se possam realizar grandes feitos artísticos e culturais em qualquer parte do mundo, porque a força dos lugares são as pessoas.

Podemos pensar que Leiria simplesmente fica ali pertinho da EN1 a caminho da capital, mas a música também passa muito perto de Leiria. A cidade tem também o poder das novas gerações, é a casa de muitos artistas alguns já bem conhecidos e outros que estão a iniciar o seu percurso, como é o caso dos recentes GARBANDERS EN1, uma banda de rock composta por quatro jovens que cantam originais em português e se deixam inspirar por várias tendências musicais nacionais, mas não só, fazem a música que gostam, ouvem-se com leveza em temas com melodia, solos de guitarra e bateria vibrante. O quarteto Pedro, João,Tomás e Ruben representa o GARBAND Music Fest no mês de Março, eles são os EN1. Esta banda recente pertence a um novo paradigma, a um contexto de pandemia, entendem a proatividade e a imaginação como soluções indispensáveis na música, já se apresentaram em alguns concertos online e ainda conseguiram estrear-se em palco num concerto ao vivo. Numa das entrevistas que deram disseram que é preciso haver “empatia pela cultura”, não diria melhor.

Desde criança que ouço o meu pai dizer que a EN1, Estrada Nacional número 1, tem muito trânsito, é a estrada dos camionistas que fazem quilómetros de estrada e de “estórias”, é aquela estrada do para-arranca que inevitavelmente oferece alguns perigos e pela qual não vale a pena passar depois de haver uma autoestrada à disposição que nos leva mais longe e mais rápido.

Não o nego, mas também sou da opinião que a estrada que liga Porto-Lisboa, não é um simples percurso de passagem, entre aquelas que são consideradas tradicionalmente as duas cidades mais importantes do país. Portugal é um todo e para mim a viagem é o próprio caminho e não o destino em si. Não sou adepta de autoestradas que rasgam povoações e que descaracterizam regiões. Gosto de ver a paisagem mudar de norte para sul, de sul para norte, gosto de conhecer as particularidades de cada terra e das suas gentes e de imaginar que a EN1 é muito mais do que uma estrada, é cultura portuguesa.

Adeus… que me vou embora.

Acompanha os EN1 em: facebook.com/en1bandpt | instagram.com/en1_oficial

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